A propósito d' O Anjo Branco
Acabei de ler há pouco tempo o livro de José Rodrigues dos
Santos O Anjo Branco, publicado pela Gradiva. Conta a história de José
Branco, desde a sua infância em Penafiel, até à sua vida de médico no norte de
Moçambique, em plena Guerra Colonial, passando pela sua vivência de jovem
universitário em Coimbra. Confesso que não o achei uma grande obra literária.
As personagens são pouco elaboradas, unidimensionais. O ritmo da ação é lento,
entrecortado por diálogos às vezes repetitivos, pouco profundos. No entanto, a
história de José Branco acaba por se tornar um simples pretexto para a
verdadeira história do livro, que é o colonialismo em Moçambique nos anos 60 e
70 do século passado, a Guerra Colonial, os contextos sociais e políticos, as
motivações, os soldados, os colonos, os funcionários. A PIDE.
Os combates e o massacre de Wiriamu. Os participantes e os espectadores. Como
documento de uma época, esta é uma obra que vale a pena ler. Talvez não seja um
romance histórico, mas é com certeza uma página romanceada da nossa história.
Acho que este livro, tal como outros do mesmo autor, tem um
valor documental bastante grande. José Rodrigues dos Santos faz um grande
trabalho de pesquisa histórica e, em muitas das suas obras, pinta de uma forma
acessível ao grande público um acontecimento ou uma época, integrando o seu
contexto histórico: A Ilha das Trevas situa-se
em Timor, levando-nos da colonização portuguesa até à ocupação da Indonésia; A Filha do Capitão retrata a sociedade
portuguesa do início do século XX, particularmente a participação de Portugal
na 1.ª Guerra Mundial; A Vida num Sopro mostra
os primórdios da ditadura salazarista, da censura, do corte das liberdades. Com
este O Anjo Branco, José Rodrigues
dos Santos continua a fazer o retrato do século XX português. Só por isso,
merece o meu apreço e os nossos agradecimentos.
Não li ainda, mas concordo com a visão geral sobre as obras e quero ler
ResponderEliminarbeijinho Teresa
A leitura das obras de José Rodrigues dos Santos não costuma decepcionar-me. :)
ResponderEliminarcolectânea Significado de Colectânea subst. f. 1. colecção de textos de vários autores
ResponderEliminarCONVITE:
Vamos iniciar uma nova colectânea ...desta vez só para AUTORES DESCONHECIDOS ----- QUE NUNCA TENHAM SIDO PUBLICADOS
Textos; Pequenas Histórias; Pequenos contos; Histórias pessoais , reais!!
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Histórias da vida real .
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Teresa Maria Queiroz / editora na Pastelaria Studios Editora
Nunca li nenhum livro dele, nem tenho grande vontade. O que dizes sobre o romance em si, já o li mais ou menos noutros locais - ele não sabe escrever romances. Sabe fazer pesquisa, compor o cenário, dar uma visão histórica da época. Mas há outros que também o fazem, talvez não tão detalhadamente, e ainda escrevem um BOM romance a acompanhar. Estou a lembrar-me de Moita Flores, por exemplo! A esse sim, leio sempre com prazer. E também gostei de "O Rio das Flores" de MST, ou de "Enquanto Salazar Dormia", de Domingos Amaral. E existirão outros, certamente. Mas pronto, lá terá os seus leitores, contra isso não tenho nada... :)
ResponderEliminarBeijocas!
Também gosto do Domingos Amaral (pelo menos desse livro) e do Moita Flores. Adorei o "Equador" do MST, embora nem sempre goste muito do autor. E não estão em campeonatos comparáveis. Mas dá uma oportunidade, por exemplo, a "A Filha do Capitão". Vai ver que gostas. Foi o livro de JRS de que gostei mais.
EliminarBjs
Concordo contigo a 100%, para não dizer a 200%. Sob o ponto de vista literário, deixa mt a desejar, mas do ponto de vista documental (histórico e científico) todas as obras desse senhor tem mérito, sim senhora!
ResponderEliminarA minha "cara-metade" (conterrânea de J.R.Santos) não perde um livro dele. Eu sou "mais moderado" mas, depois deste "empurrão", quem sabe se o não vou buscar à estante?
ResponderEliminar:)
Enfim, José Rodrigues dos Santos não é um autor consensual, como se nota. Mas, se não ficar na história da literatura, pode marcar alguns pontos nos nossos conhecimentos sobre a história portuguesa no século XX.
ResponderEliminarTenho o livro há já algum tempo… e tem estado em lista de espera… normalmente uso este género de leitura para me distrair, assim acho que o vou mudar para a lista de documentários… (uma lista ainda mais longa)
ResponderEliminarGrande Beijinho.
Hum! Também não é bem um documentário...
EliminarBjs
Ainda não li nada dele, mas este interessa-me bastante pois estive em Moçambique durante a guerra colonial.
ResponderEliminarLembro-me de teres escrito sobre a tua experiência na guerra colonial. Acho que, só por isso, vais gostar.
EliminarBjs
Só li um livro do JRS e não fiquei fã. Prefiro-o a fazer reportagens de guerra.
ResponderEliminarNão sou fã de JRS mas admito que este livro é um excelente retrato histórico da gueera colonial...
ResponderEliminarAinda não li nada escrito por esse autor e acho que ele ainda não foi publicado no Brasil. Dificil na atualidade autores que satisfaçam as nossas espectativas, porque nem sempre são escritores na verdade. Posso estar falando besteira com relação a esse autor. Mas como você bem disse, talvez o valor do livro seja apenas documental, histórico... se ele cumpriu bem essa parte, já está de bom tamanho. Boa semana! Beijus,
ResponderEliminarGostava era que o Prof. Noronha descobrisse o desígnio que levou os cavaleiros templários a desenvolverem o projecto Portugal... ah?!... não sabiam que essa é a próxima aventura a sair da pena de José Rodrigues dos Santos?
ResponderEliminarO projecto Portugal partiu do próprio Hugo de Payens... a reacção é conhecida: mesmo antes do Papa Clemente V uma enorme resistência à ideia se ergueu no Vaticano...
Enfim, deixo que a história venha a ser apresentada pelo José Rodrigues dos Santos... caia-me um raio em cima se ele não me garantiu que o ía fazer...
Bem, esperemos então pelas próximas páginas!
ResponderEliminarTambém foi o que mais gostamos. O retrato da presença portuguesa em Moçambique!
ResponderEliminarBjs