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A mostrar mensagens de janeiro, 2014

O vestido do sim

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Sempre me aborreceram os excessos consumistas. E, se há ocasião em que todos os sininhos emocionais são tocados para estimular o consumismo, é o dia do casamento. Acenam-nos com a tal história do "dia mais bonito da tua vida!" e vai de acumular gastos com milhentas coisas, a maior parte das quais perfeitamente dispensável para garantir a felicidade e a beleza do dia. Já soube de casos em que o divórcio chegou mais depressa do que o final do plano de pagamento da dívida contraída para pagar as despesas do casório! Sempre fui adepta do "quanto mais simples melhor"! E tenho a certeza que a felicidade não se contabiliza por aí! Mas todos acabamos por ceder às pequenas vaidadezinhas do dia. No nosso casamento, somos as vedetas principais e queremos estar à altura. Para simplificar as nossas contas, surgiu agora uma pequena empresa que aluga vestidos de casamento. Mas não são uns vestidos quaisquer, são vestidos de assinatura, daqueles que custam uns milhares de euro

E agora o lado pouco estético das praxes!

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Tinha decidido que não escrevia mais nada sobre as praxes, mas não é possível, é um assunto incontornável! E isso leva-me a uma reflexão num patamar um pouco diferente. Refiro-me ao lado pouco estético das praxes. Não, não estou aqui a referir-me a esses pobres coitados obrigados a rastejar na lama, a fazer flexões em roupa interior, lambuzados de excrementos... Esses são as vítimas do sistema. O tempo dirá se irão ultrapassar estas humilhações de forma saudável ou se irão fazer catarse das mesmas nas praxes que irão aplicar (aplicadamente...) no ano seguinte... Não, não vou falar desses, mas sim daqueles que andam por ali vestidos de corvos antiquados e rabugentos, a ralhar como sargentos de filmes de série B. Já viram bem a falta de gosto daquele traje? Um fatinho preto de corte antiquado, com uma capa tipo Batman. Sinceramente, nem é bonito, nem é vintage, nem é nada! É só feio! Mas é caro, muito caro, e não posso deixar de pensar condoidamente nos pais que fizeram sacrifícios

Pobres mulheres indianas

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Sucedeu esta semana na India, na região de Bengala. Uma jovem de 20 anos namorava com um rapaz de uma comunidade vizinha, o que não é bem visto nesta região do globo. Detidos pelo tribunal popular da aldeia, foram multados em 300 euros. O rapaz pagou, mas a família da rapariga alegou que era pobre e não podia pagar. O tribunal da aldeia condenou-a então a uma violação coletiva. Na passada 2.ª feira, uma jovem indiana de 20 anos foi violada por treze homens da sua aldeia, como castigo por namorar com um jovem de outra comunidade. Violada por um tribunal que não é reconhecido legalmente, mas que é respeitado pelos aldeãos. Violada por homens da sua aldeia, que ela conhecia desde sempre, a quem tratava por tio ou irmão mais velho. A violação, qualquer que seja o contexto ou a vítima, é um dos crimes mais repugnantes que existe. Há alguém que é mais forte, ou que está numa situação de poder, e a violação é a violentação física e emocional daquele que é mais fraco. É o desprezo pelo que

As humilhações consentidas das praxes

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Começo por afirmar desde já que não sou contra as praxes. Até posso entender e achar engraçados e, de certa forma, úteis, os rituais e as práticas que se destinam a integrar numa comunidade os novos membros. Mas isso não tem de incluir práticas humilhantes, coercivas, degradantes, como se tem visto nestes últimos anos. Todos já nos confrontámos com esses grupos de jovens que, no início de cada ano letivo, são arrebanhados e levados pela cidade como animais de circo. Algumas destas manifestações são apenas idiotas. Mas outras são verdadeiramente degradantes. Não pode haver nada que obrigue uma criatura a ajoelhar-se perante outras, a ser enxovalhado com produtos mais ou menos nojentos, ou com músicas ou danças de gosto muito duvidoso. Há universidades em que estas práticas se mantêm dentro de limites razoáveis. Mas há outras em que esses limites são claramente ultrapassados. Qual de nós nunca ouviu relatos de situações abusivas, em que os jovens são obrigados a beber em excesso

A mãe do líder

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Agora que já passaram as festas e a azáfama acalmou, há finalmente tempo para ler ou reler coisas que ficaram empilhadas à espera do seu momento. Os jornais e revistas fizeram as suas revisões do ano que passou e, incontornável, realçaram a morte de Nelson Mandela. Reli algumas coisas sobre a sua vida e a sua obra. Todos conhecemos Nelson Mandela, o seu sorriso bondoso, os seus olhos risonhos. Sabemos que passou muitos anos preso, que conseguiu ser libertado e levar o seu país a rejeitar o odioso regime do apartheid.  Foi o primeiro presidente negro da África do Sul e, apesar de tudo o que passou, não alimentou atitudes de ódio ou de vingança; pelo contrário, lutou pela reconciliação nacional e pela integração. Nada disto é novo, felizmente faz parte do nosso conhecimento do que se vai passando pelo mundo. No entanto, estamos sempre a aprender. No relato sobre a sua infância, um dos textos relatava que, embora oriundo de uma família de alguma importância no contexto tribal da Áfri