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A mostrar mensagens de fevereiro, 2016

Dicas de viagem

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Uma amiga pediu-me para lhe dar sugestões de viagem. Mesmo que quisesse, não o poderia fazer. Uma viagem é uma coisa tão pessoal, tão única! Cada um faz a sua, à sua maneira, repara em certas coisas, aprecia outras, sempre de forma distinta do seu mais próximo companheiro de viagem. Por isso, não vale a pena fazer sugestões ou dar conselhos. Mas há algumas coisas que a experiência já me ensinou e que eu posso partilhar. 1 - Viajar é como uma degustação. Não tenha pressa. Tire tempo para preparar cada viagem, investigue o que há de interessante para visitar, veja os preços, compare, faça simulações, organize rotas e programas... mesmo que tenha de os reorganizar várias vezes! A preparação já faz parte do prazer da viagem. 2 - Escolha cuidadosamente o(s) seu(s) companheiro(s) de viagem. As pessoas são diferentes e têm gostos e motivações diferentes. Se é do estilo de se levantar cedo para calcorrear as ruas, os monumentos, os museus, e a sua companhia de viagem gosta é de apreciar a

Anja Ringgren Lovén, a Educação contra a Superstição

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Anja dá água ao pequeno Hope, quando do seu resgate das ruas Ouvi este nome pela primeira vez há poucos dias. Foi a minha filha que me mostrou a notícia, tão chocante que parecia falsa: uma dinamarquesa tinha salvo uma criança de dois anos, que tinha sido abandonada pela família, acusada de feitiçaria. O caso passara-se na Nigéria e as fotos eram confrangedoras. Aparentemente, o rapazinho de cerca de dois anos, sobrevivia há vários meses sozinho, nem consigo imaginar como. Estava subnutrido e cheio de vermes. Alimentado e tratado, começava agora a recuperar. Anja chamou-lhe Hope. Anja Ringgren Lovén mudou toda a sua vida há três anos atrás, após uma visita à Nigéria. Nesse grande país africano, deparou-se com um problema terrível: havia crianças que eram abandonadas e maltratadas pelas famílias, por suspeita de bruxaria. É uma acusação espantosa: que feitiçaria pode fazer uma criança com um ano de idade, ou pouco mais? Mas a superstição e a ignorância são mais fortes e levam ao

Há coisas mais valiosas do que uma foto

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Vivemos numa época marcada pelo domínio da imagem. Já se dizia que uma imagem vale mais do mil palavras, mas... será que vale mais do que uma vida? Não tenho nada contra a fotografia, pelo contrário, gosto muito de uma boa fotografia. No entanto, penso que há por vezes algum exagero, um uso e abuso da imagem fotográfica. Parece que tudo o que fazemos tem de ser validado por fotografias, partilhadas abundantemente no Twitter, no Facebook, no Instagram. Os jovens, em especial, partilham o que fazem,o que comem, onde vão, frequentemente sem grande precaução com a sua privacidade. Arrisca-se a vida para tirar a fotografia mais original, mais fantástica, que vai fazer furor nas redes sociais. Enfim, é problema deles. Mas, e se prejudica outros? Vem este meu desabafo a propósito de um caso ocorrido num ressort turístico da Argentina, onde um golfinho morreu em consequência do tempo que foi deixado fora de água, exposto ao sol. E porquê? Porque foi passado de mão em mão, para tirar fotog

No autocarro

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Há poucas coisas mais animadas, em Portugal, do que viajar nos transportes públicos. Hoje, no autocarro, presenciei uma cena que não resisto a partilhar. O autocarro já ia meio cheio, com pessoas em pé. Numa paragem, um rapaz entra pela porta de trás, com um senhor idoso. O motorista, atento, grita: "A entrada é aqui pela frente!" Provavelmente, um rapaz comum diria: "Eu sei, amigo, e peço desculpa, mas estava a tentar ajudar este velhote!" Mas esta frase não condizia com aquele rapaz. Era um adolescente, de cabelo espetado e brincos nas orelhas. Retorquiu logo, com maus modos: "E então? Qual é o problema?" O problema foi que o motorista não gostou do tom e respondeu também. A troca de palavras foi aumentando, na animosidade e nos decibéis...  - Respeitinho, ó rapaz! - Mas o que é que este quer? Arranca com isto, mas é! - Olha que eu ponho-te no olho da rua!   - Eu pago o passe, tenho direitos! Eu é que lhe pago o ordenado e está pr'aí a fal

O novo nome do velho aeroporto

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O velho aeroporto da Portela tem novo nome: Aeroporto Humberto Delgado. Ficámos a saber ontem, de repente, sem aviso prévio, sem debate na opinião pública. Lembro-me que, quando da construção da nova ponte sobre o Tejo, houve uma discussão alargada acerca do nome que devia ser dado ao novo equipamento da cidade de Lisboa. Vasco da Gama foi consensual, também ele lançou pontes entre os continentes e era um nome sobejamente conhecido, tanto nacional como internacionalmente. Agora, se pareceu repentinamente importante batizar o velho aeroporto, também teria sido agradável que o nome tivesse surgido de uma  auscultação da sociedade civil. Eu afirmo desde já que teria tido algumas boas ideias. Por exemplo, Camões! Um nome curto, reconhecido por qualquer turista, o nome de um vulto cimeiro das nossas letras. Um nome que não precisa de apresentações! Ou, melhor ideia ainda, Gago Coutinho! O nosso aviador que, nos inícios do século XX, cruzou pela primeira vez o Atlântico Sul! Essa seria um