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A mostrar mensagens de maio, 2012

Sem Reservas

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Ultimamente, a minha vida tem andado complicada e nem tenho tido tempo para visitar os blogues dos amigos. E vou mesmo ter de fazer uma pausa. Prometo voltar, claro! Mas, entretanto, deixo os visitantes que por aqui passarem, na minha ausência, muito bem acompanhados: deixo-os com a música dos Dead Combo, um duo de guitarristas portugueses. Começaram com a música de Carlos Paredes, hoje produzem uma música muito interessante e atual, embora mantendo a portugalidade nas raízes. Hoje em dia, os Dead Combo conseguiram uma proeza notável: um lugar entre os dez mais vendidos no Top do iTunes dos Estados Unidos da América. Como é que eles conseguiram isso? Fazendo a maior parte da banda sonora do programa "No Reservations" de Anthony Bourdain, filmado em Lisboa. É um programa extraordinário, em que o apresentador e gastrónomo deambula por Lisboa, pelos sabores e pela cultura lisboeta, guiado por "especialistas" como os chefs José Avilez e Henrique Sá Pessoa, António Lo

Os Sonhos

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O que é a Esperança? Se calhar é a coragem de olhar para cima, para fora das dores, da depressão. Ter a coragem de sair do desamor, sair de si, sair para a rua, sair para a vida. E lutar pelo direito a ser feliz. Este post responde a um desafio do blogue Luz de Luma , O Amor aos Pedaços, este mês com o tema Esperança. Quando Viv abriu a porta, Mister Nobody e Mister Nowhere adiantaram-se simultaneamente para a cumprimentar. - Bom dia, Viv. - Como está, Viv? - Eu sou Mr. Nobody. - Eu sou Mr. Nowhere. - Estamos aqui para lhe sermos úteis… - Sim, podemos ser-lhe de grande utilidade. - Isto, se nos poder pagar. - Mas o pagamento é negociável, é claro. Viv olhava surpreendida para os dois homens, enquanto continuava, mecanicamente, a limpar as mãos ao avental. Não sabia o que pensar de todo aquele arrazoado. - Se os senhores vêm vender enciclopédias, ou trens de cozinha a um preço excepcional, ou conjuntos de atoalhados incrivelmente baratos, ou mesmo uma

O Conto do Vigário

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Não sei se foi por, hoje de manhã, ouvir partes do debate quinzenal na Assembleia da República. Talvez tenha sido um acaso. Mas a verdade é que me recordei de um texto que me enviaram, aqui há tempos, sobre a origem dessa manifestação cultural que dá pelo nome de Conto do Vigário . O texto vem atribuído a Fernando Pessoa; não sei se o é, se é obra do ortónimo, de algum dos heterónimos, ou se é um neterónimo, isto é, circula na net  como sendo da sua autoria, mas sem validação nem provas. Assim, vou publicar este texto tal como mo passaram a mim. (Retrato de Fernando Pessoa por Almada Negreiros - 1935) A Origem do Conto do Vigário Vivia há já não poucos anos, algures, num concelho do Ribatejo, um pequeno lavrador, e negociante de gado, chamado Manuel Peres Vigário. Da sua qualidade, como diriam os psicólogos práticos, falará o bastante a circunstância que dá princípio a esta narrativa. Chegou uma vez ao pé dele certo fabricante ilegal de notas falsas, e disse-lhe: «Sr.

Postal de Lisboa XX - Os sabores de Lisboa

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Uma cidade também se define, entre outras coisas, pelos seus cheiros e sabores. Por isso, é tão diferente ver um filme,  mesmo panorâmico, mesmo em 3D, ou passear vagarosamente pelos lugares, deixar-se contagiar pelo que têm para dar, saboreá-los com os cinco sentidos. Quanto aos sabores, Lisboa é uma cidade de petiscos. Vejam-se os fins de tarde em qualquer esplanada, ou nessas tascas recuperadas e subitamente na moda mas que, apesar disso, não perdem o seu ar um pouco popular e fadista. Não temos o hábito das tapas, como os nossos amigos espanhóis, mas perdemo-nos por um prato de caracóis! Mas, ao fim e ao cabo, quais são os petiscos lisboetas? Fui à procura deles. E cheguei à conclusão de que os mais famosos e originais são os que resultaram da mistura da necessidade com a criatividade! Em primeiro lugar, os peixinhos da horta ! Segundo parece, surgiram na Lisboa medieval, quando, em vez do peixe ou do camarão, se fritava o feijão verde plantado nas hortas saloias pelos

Ainda os sapos e os ciganos

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Gosto quando as coisas que escrevo suscitam comentários e reações diversas. Foi o que aconteceu com o post sobre os sapos e as superstições dos ciganos. Um dos comentários que recebi passou dos sapos para os significados no dicionário, e daí para os provérbios populares, passando pela velhinha canção "Eu vi um sapo". Tudo para nos pôr a refletir sobre as raízes profundas e os significados das palavras que às vezes dizemos já sem pensar. Merece transformar-se num post! Eu vi um sapo  Um feio sapo  Ali na horta  Com a boca torta Tu viste um sapo  Um feio sapo  Tiveste medo  Ou é segredo Eu vi um sapo  Com guardanapo  Estava a papar  Um bom jantar Tu viste um sapo  Com guardanapo  E o que comia  E o que fazia Eu vi um sapo  A encher o papo  Tudo comeu  Nem ofereceu Tu viste um sapo  A encher o papo  E o bicharoco  Não te deu troco Eu vi um sapo  Um grande sapo Foi malcriado  Fiquei zangado Tu viste um sapo  Um grande sapo Deixa-o lá estar  Vamos brincar. Com 4 anos a Ma

O Recado

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- N.º 1, n.º 2… A professora começou a fazer a chamada e os alunos iam levantando o braço para assinalar a sua presença. - … n.º 3, n.º 4… Na última fila da sala, António deu uma cotovelada ao colega do lado: “Passa este recado para a Carolina!” O colega acenou brevemente com a cabeça e pôs o recado a avançar em direção à primeira fila. António ficou a ver o pequeno papel dobrado a passar de mão em mão. - …n.º 7, n.º 8… Tinha passado um bom bocado do serão, no dia anterior, a compor as frases que agora avançavam naquele papel dobrado. Misturava a lua com o brilho das estrelas e a cor do mar com a frase fundamental: “Gosto de ti!” O resultado final tão depressa lhe parecia inspirado, romântico e poético, como lhe soava a idiota e fora de moda. Agora, já não havia nada a fazer. O papel avançava inexoravelmente para a sua destinatária. - …n.º 11, n.º 12… Lá à frente, Carolina folheava distraidamente o livro. E então António viu o papel com o seu recado amoroso ser entregue

Originalidades portuguesas no 1.º de maio

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Hoje, na maioria das cidades da Europa e do mundo livre, os trabalhadores manifestaram-se nas ruas. Em Portugal, somos criativos e originais, por isso as manifestações decorreram nos supermercados Pingo Doce.  A lembrar outros tempos, apenas as esporádicas intervenções da polícia, agora a impedir agressões entre clientes. (imagem tvi multimedia)