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A mostrar mensagens de setembro, 2009

Qual é a boneca má?

Este video foi-me enviado já há algum tempo, mas continua tão actual! É um teste feito com crianças, que tenta perceber que imagens, que valores, que conceitos, as crianças ligam à cor da pele. Cada um que tire as suas conclusões. A mim, o olhar daquela última menina negra quando assume que é parecida com a boneca negra, faz-me sentir muito mal! E põe-nos interrogações prementes: o que temos andado a fazer? Que ideais temos passado para as crianças? Que preconceitos continuamos a ensinar, através dos nossos actos, dos meios de comunicação? Qual tem sido o papel da educação? Para ver, ou rever. E para reflectir.

Sobre os Professores

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Nem de propósito. Neste dia de eleições, em que se faz o balanço de quatro anos de governação e se elege um novo governo, para mais quatro anos, recebi um convite de um professor brasileiro para participar numa blogagem colectiva, tendo como tema Os professores - a sua vida, os seus problemas e as suas experiências. Isto fez-me reflectir sobre o que foi a vida dos professores portugueses durante os últimos quatro anos. Vimos as nossas carreiras e as nossas possibilidades de progressão, congeladas. O nosso horário de trabalho foi aumentado. A carga burocrática associada às nossas funções foi imensamente aumentada. A nossa carreira foi arbitrariamente dividida em duas. A idade da reforma foi adiada. Perdemos a gestão das nossas escolas. E, para coroar este percurso, o nosso sistema de avaliação foi alterado, havendo a intenção de colocar os resultados escolares dos alunos e avaliação dos nossos colegas no centro dessa avaliação. O ambiente nas escolas degradou-se. Os professores desgasta

Sapatos anti-stress!

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Para quem gosta de moda, aqui estão as últimas propostas dos estilistas italianos para os sapatos desta estação. E para quem gosta de chocolate, aqui estão também umas belas propostas. É que estes sapatos são feitos de... chocolate! Parece-me uma ideia fantástica. Atendendo às reconhecidas qualidades do chocolate, como estimulante do bem-estar, da tranquilidade, da boa-disposição, podemos utilizar os sapatos como calçado anti-stress. Perdeu o autocarro? O seu partido não ganhou as eleições? O chefe hoje estava particularmente chato? É só descalçar um sapato e dar uma valente dentada no salto! (Imagens gaylechocolates) Não é uma ideia genial?

As memórias

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O meu filho disse-me: - Quero chegar a velho, para ter memórias. - Não as tens já, agora? - Não, ainda só tenho lembranças. Será que há diferenças entre memórias e lembranças? Eu tenho de me lembrar de tanta coisa, todos os dias, ir ao supermercado, pôr comida aos cães, telefonar a um amigo que faz anos, organizar as coisas para o trabalho. Mas, o que constrói as minhas memórias? As memórias são reconstituições de factos passados, que ficam marcadas em nós, como tatuagens. São selectivas; só fica na memória o que é significativo, as descobertas, as conquistas, fragmentos de conversas, imagens recortadas, amores e desilusões, o colo da mãe, sempre, os primeiros passos dos filhos, oh, tantas coisas dos filhos! Às vezes, as nossas memórias entrelaçam-se nas memórias da comunidade e adquirem um significado mais lato. Todos nos lembramos do que fizemos no dia da Revolução de 25 de Abril, por exemplo. Mas a memória também é traiçoeira. Pinta as nossas memórias com as cores que quer, às vezes

Chegou o Outono

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Hoje é o primeiro dia do Outono. O Outono chega no equinócio de Setembro, quando o sol corta a linha do Equador, para Sul. O dia está lindo, cheio de sol, mas já se adivinham os ventos, as chuvas e os frios, as botas altas e os casacos compridos. os edredons e as lareiras a crepitar. Agora vou dizer como setembro se aproxima do fim. E a névoa, da boca do rio. Setembro foi sempre nas colinas um rebanho de luzes inocentes, um ramo de estorninhos, um assobio distante desafiando o vento. (Eugénio de Andrade)

Postal de Lisboa VIII - O Jardim da Estrela

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Para além das casas e do trânsito, dos centros comerciais e dos engarrafamentos, Lisboa tem muitos locais aprazíveis, onde ainda apetece sentar e, simplesmente, deixar passar o tempo. Um desses locais é o Jardim da Estrela. Fundado em 1842, é um típico jardim do século XIX, ordenadamente desordenado, em que se tenta imitar a natureza. Mas o resultado é agradável e sabe bem, nas tardes de calor, sentar num dos muitos bancos que ladeiam as áleas do jardim e comer um gelado, com todo o vagar. No centro do Jardim, há um coreto lindíssimo, de ferro forjado, que antigamente embelezava o Passeio Público de Lisboa, onde hoje se situa a Avenida da Liberdade. Está meio abandonado, como todos. Há dois miúdos que o aproveitam como campo de futebol e vão chutando contra as belas grades enquanto gritam golo. Eu acho que era bem interessante reavivar o hábito das pequenas orquestras darem concertos, aos fins-de-semana, nos coretos. Animava os jardins e dava uma nova vida a essas estruturas

Posições fantásticas!

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É domingo, apetece descontrair um pouco. Até podemos admirar e imitar estas fantásticas posições na cama! São fantásticas ou não?

A Árvore das Palavras

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Queria já ter feito este post, mas o tempo não estica. A partir deste mês, a obra de Teolinda Gersão internacionaliza-se um pouco mais, com a publicação da sua obra O Silêncio na República Checa. A obra será integrada na "Biblioteca Luso-Brasileira", que edita autores lusófonos consagrados, como Gil Vicente, Alexandre Herculano, Sophia de Mello Breyner Andresen e João Guimarães Rosa. Fiquei contente, gosto muito desta escritora que, no entanto, é pouco divulgada. Os escaparates das livrarias estão repletos de livros escritos por comentadores, entertainers, jornalistas, jogadores de futebol e, às vezes, há autores que passam quase despercebidos do grande público. Por isso, me congratulo com esta notícia e me apetece falar um pouco de Teolinda Gersão. Teolinda Gersão nasceu em Coimbra, estudou Germanística e Anglística, tornou-se professora catedrática da Faculdade de Letras. Viveu na Alemanha, em S. Paulo no Brasil, e em Moçambique, na cidade de Lourenço Marques, onde decorr

Tarefas da BlogGincana

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Inicia-se este mês a BlogGincana. A primeira tarefa proposta parece muito simples: escolher dois ou três blogues que nos agradam e dizer porquê. No entanto, para mim não foi assim tão fácil, porque sigo com interesse e carinho alguns blogues que não estão aqui inscritos; em contrapartida, não conheço a grande maioria destes blogues (talvez seja uma boa oportunidade para os visitar!). Estou portanto convicta de que posso cometer grandes injustiças. Apesar desta dificuldade, aqui estão as tarefas e as minhas escolhas. 1º TAREFA - Escolha, entre os inscritos , os dois ou três blogs que mais te agradaram, e diga: a) O por que? b) Se já os conhecia, ou se esta visitando-os pela primeira vez? c) Escolha uma imagem postada nesses blogs, que os represente , copie e poste junto com suas respostas. Então, porque sou uma mulher de letras e textos: - Escolho o Blogue Há Vida em Marta ( havidaemmarta.blogspot.com ), porque todos os dias tem posts interessantes sobre os mais diversos assuntos da v

Portugal e o Mundo nos séculos XVI e XVII

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Finalmente, no passado fim-de-semana, fui ver a exposição Portugal e o Mundo nos séculos XVI e XVII , que se encontra no Museu de Arte Antiga. Já me tinham dito que estava excelente. Mesmo assim, fiquei extasiada com a beleza e o significado das peças em exposição. A exposição olha para as notáveis viagens de exploração portuguesas, mas não do ponto de vista da expansão territorial; antes evidencia o intercâmbio comercial e cultural que essas viagens proporcionaram. Começamos pela cartografia, como a Terra era concebida antes e depois das viagens portuguesas. Passamos depois às secções dedicadas a África, depois ao Oceano Índico, até à China e ao Japão, para terminar no Brasil. Maravilhamo-nos com a Câmara das Maravilhas, apercebemo-nos do fascínio provocado pelos produtos exóticos e admiramo-nos com a admiração desses povos longínquos pelos conhecimentos que os portugueses levavam consigo. São cerca de 200 peças, provenientes de colecções privadas e públicas internacionais, acrescidas

Desejos de consumo!

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A Marta, do blogue Há vida em Marta, fez-me um desafio tremendo: indicar 5 desejos de consumo que me deixassem mais glamourosa. Ora eu, que até sou uma rapariga discreta e sensata, tive um imediato ataque de consumismo agudo e pensei: se é para listar desejos de consumo, se estamos no domínio dos sonhos, então vamos sonhar alto! E o resultado foi este: 1. Abastecer o meu guarda-roupa na Ann Taylor, 5.ª Avenida, em Nova Yorque. 2. Ir a Milão comprar os sapatos. 3. Comprar um perfume a condizer com a minha disposição de cada dia. 4. Adquirir relógios de pulso de todas as cores e feitios. 5. Fazer uma viagem de lazer uma vez por mês. Pronto: talvez não sejam sonhos muito viáveis, mas sonhos são sonhos! Se fossem viáveis, eram objectivos! A Marta ditou regras: tenho de passar este desafio a 10 blogues. Aí vão eles. Aceitam o desafio? - Aldeia da Minha Vida - Grãos de areia - Suaves Murmúrios - Fenixando - De Onde Vem a Calma - Crónicas da Chica - Tout sur Nathalie - Macaires - Or

O 11 de Setembro (um dia depois)

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Estranha data esta! Por muito que se passem outras coisas neste dia, sempre que a escrevemos ou dizemos, fica conotada com os atentados de Nova Yorque. A expressão 11 de Setembro ganhou vida própria, como o 25 de Abril: às vezes, os miúdos já não sabem o ano, o que aconteceu exactamente nesse dia; mas não interessa, o que é significativo são os sentimentos que são evocados. Enquanto a expressão 25 de Abril ficou para sempre ligada à liberdade, à explosão de vida, à democracia, o 11 de Setembro evoca tempos sombrios, medo, insegurança. Ontem, na rádio, uma senhora dizia, num daqueles programas em que se ouve qualquer pessoa, que "os americanos estavam a pedi-las!" Ela assumia-se como anti-americana e, pelo meio do seu discurso, dizia outros disparates, como, por exemplo, que os americanos tinham lançado bombas atómicas na Europa! Já todos ouvimos este tipo de palavreado, onde se junta ignorância com um pouco de demagogia e muitos lugares comuns. Mas, confesso, não gosto de ouv

Eu e os Vinhos

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(Este texto integra-se na blogagem proposta pela Susana, do blogue "Aldeia da minha vida", para o mês de Setembro, com o Tema Vinhos e Vindimas ) (Imagem do site www.azeitao.net) Confesso que não percebo nada de vinhos. E faço já esta declaração, para que me seja perdoado algum disparate ou imprecisão que eu possa cometer. Porque isto dos vinhos é uma ciência exacta, ou pelo menos muito complexa, só para iniciados. Basta ver a expressão e os trejeitos de quem vai a um restaurante, se senta a uma mesa e escolhe um vinho, de uma lista às vezes maior do que o próprio menu. Chega o criado com a garrafa, verte um pouco de vinho no copo e, nesse momento, todo o simples mortal se transforma num verdadeiro enólogo: agita um pouco o copo, cheira, observa o líquido contra a luz, prova um pouco, até dizer finalmente, com ar de entendido, ao pobre criado que espera pacientemente “Pode servir!” O próprio vocabulário ligado ao vinho é hermético. Há vinhos de grande afinação, ou de person

Os Pássaros

Esta noite trovejou, mas a manhã acordou clara e lavada. No meu terraço, saltitavam melros e eu lembrei-me deste poema de Ruy Belo. "Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros Quem é que lá os pendura nos ramos? De quem é a mão a inúmera mão? Eu passo e muda-se- me o coração." Ruy Belo

As aguarelas de Hitler

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Mais uma vez, no sábado passado, foram a leilão aguarelas pintadas por Adolf Hitler. Desta vez, foi na cidade alemã de Nuremberga e três aguarelas atingiram a soma de 42.000 €. Não surpreende, já é a segunda vez este Verão que lemos uma notícia idêntica e os valores envolvidos vão sempre aumentando. Pelas imagens que vi, penso que este sucesso não se deve à qualidade artística das pinturas, mas sim à notoriedade do "artista". Há até quem duvide da autenticidade das obras. Enfim, a discussão à volta das pinturas cresce e o seu valor no mercado também! Imagem retirada de blogdomrcondes.blogspot.com Hitler terá afirmado que, durante os cinco anos anteriores à Primeira Guerra Mundial, pintou mais de mil aguarelas, desenhos e cartazes. Deambulou por Viena, vivendo da venda de alguns trabalhos e do seu sonho de ser artista. Em 1907 e 1908, candidatou-se ao concurso de entrada na prestigiada Escola de Belas-Artes de Viena. Duas vezes recusado, acaba por desistir do sonho e entrar no

Boa pergunta!

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O Manoel, do Blog do Óbvio, colocou uma questão interessante. Eu recoloco-a aqui hoje, porque é uma boa reflexão de domingo. Os tristes acham que o vento geme; os alegres acham que ele canta. (L. F. Veríssimo) De que lado você está? Acha que o vento geme ou canta? (Fotografia retirada de ecoviagem.uol.com.br)

Henri Fantin-Latour

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Henri Fantin-Latour foi um pintor francês do século XIX, geralmente associado ao Romantismo. Não é muito fácil apreciar as suas obras em Portugal, mas o Museu Calouste Gulbenkian organizou uma exposição em parceria com o Museu Thyssen-Bornemisza, de Madrid, onde reúne cerca de 60 pinturas e desenhos deste artista, oriundos de vários museus europeus e americanos. Seguindo a cronologia de produção do autor, apreciamos auto-retratos, cópias executadas no Louvre, retratos, naturezas-mortas (como eu detesto esta expressão, e como prefiro a expressão inglesa still life) , e temas simbolistas. Gostei particularmente dos retratos, de grande expressividade e riqueza psicológica. A exposição só está patente em Lisboa até dia 6, domingo. Depois, segue para Madrid. Por isso, é melhor aproveitar e dar um saltinho à Fundação Calouste Gulbenkian durante o fim-de-semana.

Desafio de aniversário

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A Vanessa, do blogue Fio de Ariadne, lançou um desafio interessante: para festejar o quarto aniversário do seu blogue, tão ligado às letras e aos escritos, desafiou os seus leitores a escreverem um final para uma pequena história que ela iniciou. Aceitei o desafio e aqui está o resultado: a itálico o início do texto; depois, a minha proposta de final. Parabéns, Vanessa. Era um menino que adorava ler. Desde que foi alfabetizado no grupo escolar da fazenda, tinha gostado muito daquela história de juntar letras para descobrir palavras. O menino passava o dia todo procurando algo para ler. Lia os dizeres das latas de manteiga deixando a cozinheira maluca. Lia o rótulo do remédio de bicheira nos cavalos, os jornais velhos que forravam a estrebaria. Lia de tudo, o dia inteiro, mas faltavam os livros. Um dia a coisa toda mudou... Até que um dia tudo mudou. Houve um grande incêndio na fazenda. Foi o pânico, todos corriam de um lado para o outro, acartando água, batendo no chão com pequenos

Dormir aqui e amanhecer noutro lugar

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(Post incluído na Blogagem colectiva "Dormir aqui e amanhecer noutro lugar" Tema proposto pelo blogue Voudecolectivo) Antigamente, cada família nobre tinha um brasão, conjunto de imagens que representava aquilo que tornava aquela família diferente das outras. Podia simbolizar algo de importante que um dos seus tivesse feito, uma conquista, uma descoberta, ou aquilo a que se dedicavam. Por baixa do brasão, uma frase completava o símbolo. Quando li esta frase proposta para o mês de setembro, pensei: "Se eu tivesse um brasão, esta frase bem poderia lá figurar, de tal forma se aplica a mim e ao meu espírito andarilho!" Adormecer num sítio e acordar noutro local, significa que cada dia se inicia com novas possibilidades de exploração do mundo, um mundo rico e variado, com infinitos cambiantes para conhecer. Todos os locais têm aspectos interessantes, podem ser paisagens, monumentos, tradições, as próprias gentes; há que estar atento e manter o espírito aberto ao que o mu