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A mostrar mensagens de 2010

As coisas boas da Vida

Há algum tempo, circulava na internet, por via daqueles mails que estamos sempre a receber e a reencaminhar, uma lista das coisas boas da vida, aquelas coisas simples, pequenas, que nos fazem sentir bem connosco e com os outros, que nos fazem sentir felizes. Sim, porque eu sou daquelas pessoas que acredita que a felicidade está nas pequenas coisas! São estes os meus votos para 2011. Para todos os amigos que me acompanham na blogosfera (e para os outros também), espero que o ano que está mesmo aí a chegar traga, a todos, muitos destes pequenos momentos de prazer. Assim, será com certeza um Ano Feliz! As Coisas Boas da Vida 1. Apaixonar-se. 2. Rir tanto até que as faces doam. 3. Um chuveiro quente num Inverno frio. 4. Um supermercado sem filas nas caixas. 5. Um olhar especial. 6. Receber correio (pode ser electrónico.....) 7. Conduzir numa estrada linda. 8. Ouvir a nossa música preferida no rádio. 9. Ficar na cama a ouvir a chuva cair lá fora. 10. Toalhas quentes acabadas de serem engom

A alma é uma biblioteca

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Escreveu Rubem Alves que a nossa alma é uma biblioteca, onde guardamos as nossas histórias. Gosto desta ideia. De facto, ao longo dos anos, vamos guardando dentro de nós as nossas histórias, bem arquivadas por temas, idades, graus de intensidade com que nos marcaram, ou simplesmente empilhadas por ali, sem grande critério, só porque nos apetece tê-las à mão.  São as histórias da infância, que a mãe ou a tia velhota nos contava e recontava com infinita paciência. É a Abelha Maia e o Carrosel Mágico. São as séries da televisão, que víamos apaixonadamente, projectando-nos nos seus heróis. Lembro-me dos "Pequenos Vagabundos" e da ânsia com que via passar o tempo para os acompanhar nas suas aventuras. Os primeiros livros com as suas tristes heroínas, "A Princesinha", "As Mulherzinhas". Depois, à medida que vamos crescendo, a nossa alma biblioteca tem de aumentar as suas instalações. Passamos a arquivar lá os nossos filmes de eleição, aqueles que nos marcaram p

Castelos no Ar

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(Castelo de Beja, com a sua bela Torre de Menagem) Gosto de Castelos. Há quem diga que eu passo a vida a fazer castelos no ar, a cabeça nas nuvens, envolta em sonhos e planos mais ou menos realizáveis. Mas, quando escrevi “gosto de castelos”, referia-me mesmo aos castelos de pedra e madeira, a esses símbolos de outras épocas, aos quais já quase nem prestamos atenção, de tão vulgares que são na nossa paisagem. Por isso, o nosso humorista Herman José, quando se referia a uma povoação portuguesa, acrescentava sempre “…com o seu castelo altaneiro!” Portugal tem, realmente, uma densidade enorme destes monumentos, das maiores da Europa. O que diz bem da nossa situação de fronteira, de territórios permanentemente ameaçados, ou em disputa. No sul do nosso país, lembram-nos a instável linha de fronteira com o Al-Andaluz muçulmano; na zona da raia, a necessidade de defesa em relação ao poderoso inimigo castelhano. Todos juntos, ajudam a perceber porque é que Portugal é o país com fronteiras def

Natal outra vez

E pronto, é quase Natal outra vez. Depois de um ano que passou a correr, regressaram as árvores cheias de bolas coloridas, as milhentas luzinhas dos enfeites de Natal, a correria das prendas. A certo ponto, começamos a ser assaltados pela ansiedade: será que vai haver tempo para comprar tudo o que é preciso? será que acabamos por nos esquecer de alguém? As pessoas atropelam-se e acotovelam-se nos centros comerciais, os estacionamentos estão todos congestionados. Nas lojas, não se dá pela crise. Parece que só existe nos telejornais. Ou então, vai chegar mesmo aos nossos bolsos no início do próximo ano e andamos todos a ver se nos esquecemos das má notícias. Quem me conhece, já sabe que eu não sou uma grande entusiasta do Natal. Gosto de amimar os que amo durante o ano inteiro, e não apenas nesta época. Tento lembrar-me dos meus amigos regularmente, com uma mensagem risonha ou um telefonema carinhoso. Não gosto de dar prendas por obrigação. Passeio pelas ruas iluminadas e não vejo nenhum

Postal de Lisboa XVI – A Igreja de São Domingos

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Não é das Igrejas mais visitadas de Lisboa. Não corremos o risco de andar por ali a tropeçar em grupos de espanhóis ou japoneses, como acontece nos Jerónimos. E, no entanto, situa-se em pleno centro de Lisboa e poucas igrejas reflectem tanto da nossa história nas suas pedras. Fica por trás do Rossio, no Largo de São Domingos. A fachada não chama a atenção. Pelo contrário, a chusma de gente que por ali se reúne diariamente até nos afasta do local. E, se não a gente que se acotovela, afastam-nos os pedintes que, mostrando as suas chagas, estendem a mão ao espírito sensível dos que entram e saem da igreja. Mas vale a pena fazer um esforço e entrar neste espaço. Aqui se edificou uma igreja logo no século XIII. Mas é a Igreja do século XVIII, projectada por Ludovice, que é quase totalmente destruída pelo Terramoto de 1755. É ela que nos aparece numa gravura célebre da época, que evoca a destruição, a desorientação, o terror, da população lisboeta. É reconstruída por Manuel Caetano de Sous

Sonhos e objectivos

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Um dia, no metro de Nova York, vi um cartaz que dizia: "Sonhos realizáveis são objectivos." Parei a olhar para o cartaz, a interiorizar aquelas palavras que, desde esse dia, se tornaram um lema para mim. Todos temos sonhos. Mais comezinhos ou mais grandiosos. Uns mais viáveis do que outros. Alguns ao alcance das nossas mãos, outros que necessitam de muito caminho para lá chegar. Mas quantas vezes colocamos os nossos sonhos na prateleira, sem nos darmos ao trabalho de lutar por eles! Guardamo-los no coração, gostamos de pensar neles de vez em quando. Aquecem-nos nas noites de insónia. São como estrelas no nosso espírito, cujo brilho nos deslumbra. Mas, por vezes, o rótulo "sonho" dá-lhe uma carga de inviabilidade, de destino inacessível. E acomodamo-nos. E ficamos à espera que a vida se encarregue de realizar os nossos sonhos. Eventualmente. Sonhos realizáveis podem, devem, transformar-se em objectivos. Temos a obrigação, perante nós próprios, de lutar por eles, de o

Ti Henriques

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Chamam-lhe Ti Henriques. Na realidade, chama-se Adelino Henriques. Tem 81 anos e roda, desde os 18, no Poço da Morte. Para os mais jovens, estas palavras poderão já não ter muito significado. Mesmo nas Festas e Arraiais que se realizam por esse país fora estas velhas atracções já não aparecem. Há novas atracções, que puxam pela adrenalina que quem nelas embarca. Os jovens (e também os menos jovens) são levantados, puxados, atirados em grande velocidade pelo espaço, provocando emoções cada vez mais intensas. Há os velhos carrinhos de choque, claro. Mas quem se lembra já do Poço da Morte? Quando eu era miúda, a ida à Feira Popular, em família, era quase um ritual anual. Acontecia geralmente no Verão, e era uma alegria. Voávamos nos aviões, embarcávamos no Comboio Fantasma, chorávamos a rir com as nossas imagens deformadas nos espelhos que nos engordavam ou alongavam. Enchiamo-nos de sardinhas assadas e lambuzávamos as mãos com as farturas. E, claro, pasmávamos com a coragem dos homens

Quando eu for grande...

Muitos dias, quando venho da escola, gosto de fazer um desvio do caminho habitual e parar aqui, no pontão, à beira-rio. Sento-me com as pernas penduradas no vazio, a olhar para a imensidão do rio, que se confunde com a imensidão do céu. Gosto de baloiçar as pernas, para a frente e para trás, como se embalasse os meus pensamentos, enquanto sigo o voo das gaivotas. Às vezes, penso em qualquer coisa que se passou na escola, nesse dia. Ontem, por exemplo, só conseguia pensar na professora de Matemática que insistia para que eu resolvesse um problema que estava no quadro. Mas eu não conseguia, quando vou ao quadro fico nervoso e parece que as letras e os números se misturam numa dança sem sentido. E a professora insistia: "Então? Este problema é tão fácil! Os teus colegas já resolveram!" E os meus colegas riam-se, E o parvo do João, que às vezes até parece meu amigo, dizia baixinho: "Ele é burro!" Mas eu ouvia-o e só pensava no olhar triste da minha mãe quando eu levava

A new dawn

Como agradecer a todos os que por aqui apareceram, sentiram saudades minhas, enviaram mensagens a incentivar-me a voltar? Só me lembro de uma maneira: regressando! It's a new dawn, it's a new day, it's a new life. Canta Nina Simone.

Bolas de Berlim

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No meu post anterior, fizeram grande sucesso as bolas de Berlim! Nada que me tenha surpreendido, porque são verdadeiramente deliciosas, e marcam a banda sonora das nossas praias e, portanto, do nosso verão. No entanto, há pessoas que não sabem o que são bolas de Berlim. Pensando especialmente na Chica e na Lis, vou tentar explicar. A bola de berlim ou sonho é um bolo tradicional semelhante à Berliner alemã. Ao contrário desta, normalmente recheada com doces vermelhos (morango, framboesa, etc.), é recheada com um doce amarelo chamado creme pasteleiro. O recheio é colocado através de um golpe lateral, sendo sempre visível. As bolas de Berlim são fritas e polvilhadas com açúcar, antes de serem recheadas com o creme pasteleiro. As suas congéneres alemãs têm um diâmetro um pouco menor e são normalmente polvilhadas com açúcar mais fino. Em Portugal, criou-se o hábito de vender bolas de Berlim nas praias, do norte ao sul, das praias mais famosas às mais esquecidas. Toda a gente aprecia

Acabaram as férias!

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Após dois meses de ausência, e tal como prometi, aqui estou de novo a rabiscar algumas palavras e a partilhar com todos os que me lêem impressões e sensações que, por alguma razão, me tocaram. Quero começar por agradecer a todos os que me foram continuando a visitar. Muitos deixaram, tanto nos comentários do blogue como no e-mail, mensagens carinhosas que me incentivaram a voltar. A todos agradeço do fundo do coração.   Entretanto, o Verão passou. Foi um Verão marcado pela amizade: revi velhos amigos, fiz novos, fortaleci laços com os amigos de sempre. E, mais uma vez, concluí que a amizade é uma das pedras que nos sustém, nos nossos caminhos por vezes atribulados. Mas, Verão é Verão. E quando acaba, e olho para trás, tenho de recordar com nostalgia algumas coisas que podem parecer frívolas e superficiais mas, ao fim e ao cabo, constroem as férias: - A praia! Já não me lembro de um ano com uma água tão magnífica, mesmo no Algarve. - As caipirinhas! Ai que bem sabem, numa esplanada, nas

Amigos

Hoje, recebi uma demonstração de afecto num blogue que costumo seguir, o Só te peço 5 minutos . Fico sempre comovida, porque a blogosfera é um mundo de que se diz o melhor e o pior, mas eu, por sorte certamente, só tenho recebido o melhor. Para mim, tornou-se uma comunidade de pessoas que se ouvem, se respeitam e se estimam, como disse nesse blogue. São importantes para mim. Infelizmente, não tenho podido dedicar a essas pessoas e ao blogue o tempo que merecem. O trabalho acumulou-se, neste final do ano lectivo. Juntou-se-lhe o cansaço e a inércia. E o blogue foi ficando para trás. Não esquecido, mas suspenso.  Prometo voltar, depois das férias, com o corpo renovado e a mente limpa. Até lá, obrigada a todos os amigos que me acompanharam. Se precisarem de alguma coisa, eu continuo por aqui, é só enviarem-me uma mensagem. And I'll be here, you've got a friend.

Festival de Papagaios

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Durante o último fim de semana, voaram nos céus da Praia dos Moinhos, em Alcochete, centenas de Papagaios.  Vieram dos quatro cantos do mundo, da Itália à Suécia, da China à Malásia, para colorir o céu, fazer acrobacias e voos sincronizados, animar os espectáculos musicais. Foi o 9.º Festival Internacional de Papagaios. Como é costume, foi um espectáculo de cor e perícia. Quem não esteve em Alcochete este fim de semana, não sabe o que perdeu! Eu prometo que, da próxima vez, aviso com antecedência. Deixo aqui apenas algumas imagens, para abrir o apetite! (Fotografias de FAires)

Em memória dos Slows

Finalmente, aderi ao Facebook. Depois de muita resistência, e de muitos meses a recusar os convites, lá cedi. Na verdade, fui levada por um colega que estava a organizar um encontro de antigos alunos do meu liceu e até tem sido divertido reencontrar gente que já não via há tanto tempo. Para quem gosta de escrever, como eu, o Facebook não se compara com um Blogue, que dá outra profundidade de análise e tem outro impacto. Mas é engraçado e muito interactivo. Uma das coisas que descobri foram os Grupos. Há grupos para tudo e mais alguma coisa. Um dos primeiros que descobri, chamava-se Em Memória dos Slows das Festas de Garagem,  agora com um sucedâneo chamado Mania dos Slows. Os aderentes ao grupo vão colocando online músicas antigas, que nos levam até aos tempos, recuados, das chamadas festas de garagem. Recordo-me bem desses tempos da minha juventude. Havia sempre algum amigo que tinha uma garagem, ou um armazém, ou mesmo uma sala suficientemente espaçosa. Os amigos juntavam-se, tratava

Uma cadela chamada Vida

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O meu penúltimo post era mesmo triste, amargo, desiludido. Gosto muito de animais e  não consigo aceitar os maus tratos que alguns parecem achar naturais. São animais, pois  são, isto é, são seres vivos que nos merecem respeito. Felizmente, há sempre outras histórias  que nos aquecem o coração. Esta, foi-me enviada pela Sueli do Fenixando. A história é  contada por uma das pessoas que organizava uma pequena Feira para adopção de cachorros  abandonados, em Teresópolis. Foi também essa pessoa que tirou as fotografias. O que aqui está é, no entanto, mais do que uma história; é uma lição de vida, de carinho e de  cuidado com o outro. Mais uma vez, os animais dão-nos lições. Quando começamos a  aprendê-las? Deixo-vos com a história da cadela Vida, tal como ela me chegou. Perceberão facilmente porque  lhe deram esse nome!                                       Ao chegarmos na Feirinha para organizarmos a Feira de Adoção, encontramos 12 filhotes abandonados: 8 com aproximadamente 40 dias,

Longe de Lisboa

Lisboa é mesmo assim, ama-se com paixão, mesmo em língua castelhana. Vale a pena ligar o som bem alto, e deixar-se conduzir com Pasión Vega pelas ruas e praças, subir ao castelo, olhar o rio... Sempre com a luz de Lisboa a inebriar-nos os sentidos. (Peço desculpa, tinha-me enganado no video. Este é que vem com as imagens da cidade mais bonita do mundo)

O que se passa com os cães que são encontrados no Santuário de Fátima?

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O ESCÂNDALO DO SANTUÁRIO DE FÁTIMA EM RELAÇÃO AO ABATE DE ANIMAIS É CONHECIDO DE MUITOS, MAS NINGUÉM AINDA CONSEGUIU PARAR ESTA CRUELDADE. "As ordens partem da Reitoria do Santuário, para que todos os cães que aparecem por Fátima, quer sejam adultos ou cachorros, quer tenham donos ou não, são capturados pelos seguranças e colocados na caixa que apresentamos em foto. Esta caixa está mesmo nas traseiras do santuário, no local das oficinas. Ali ficam os cães durante algumas semanas, ao frio e à chuva de Inverno, à chapa do sol, no Verão. Sem direito a comida ou água, num espaço mínimo onde a maioria nem se consegue colocar de pé… Existem alguns seguranças que não levam os cães capturados para este local, conseguem levar alguns para casa e adoptam-nos ou arranjam donos entre os seus vizinhos ou colegas de trabalho. Boa gente esta que sofre em ver os animais assim tratados, mas que se sente impotente com a ameaça de perderem os seus empregos. Mas existem também dois seguranças, que vi

Modesta homenagem a Saramago

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Era um homem de convicções fortes e gostava de polémicas. Podiamos não estar de acordo com ele, podiamos achar que, por vezes, raiava os limites da inconveniência. Podiamos entrar no jogo e perder tempo a discutir pormenores das suas opiniões, sobre a Bíblia, ou a união de Portugal com Espanha, ou qualquer outro assunto. Ou podiamos simplesmente abrir um livro e deixarmo-nos conduzir pela sua escrita, original e inebriante. Eu sempre optei pela segunda opção. Amei a escrita de Saramago desde as suas primeiras obras, que conheci durante os anos 80: "Levantado do Chão", "O ano da morte de Ricardo Reis", "A história do Cerco de Lisboa", "As intermitências da morte", são livros que guardo no coração, e que gosto ainda de reler. Há quem goste e refira outros, mais conhecidos. Há quem fale bem ou mal, sem nunca lhe ter lido uma linha.  " Quer que chame um táxi para a levar ao hotel, e a mulher respondeu, Não, ficarei contigo, e ofereceu-lhe a boc