O primeiro Postal de Lisboa
O Carlos, das Crónicas do Rochedo, fez um desafio interessante para ser cumprido este mês: o desafio é fazer um post sobre a cidade da nossa vida. No meu caso, é fácil: acima de todas, Lisboa, claro, não a Lisboa dos centros comerciais e das filas de trânsito, mas a outra, dos recantos e encantos que só os alfacinhas sabem apreciar. Quanto às cidades estrangeiras, e depois de muita hesitação, escolhi uma cidade que, além de ser muito bela, tem para mim um significado especial por lá ter estado em circunstâncias muito particulares da minha vida. Mas só amanhã a vou divulgar.
Este post é uma republicação do primeiro "Postal de Lisboa" editado neste blogue.
Já visitei várias capitais, grandes cidades do mundo, mas, para mim, nenhuma se compara a Lisboa. Nasci na Maternidade Alfredo da Costa, já lá vão uns anitos, cresci entre a Penha de França e Benfica. Lisboa é a minha cidade. Consigo ver o que tem de belo e o que tem de podre. Mas eu não acredito em mundos ideais, homens novos, sítios perfeitos. Lisboa é como cada um de nós, com as suas grandezas e as suas misérias.
Gosto de entrar em Lisboa a partir da margem sul: chegar por uma das pontes que cruzam o rio Tejo, por exemplo. Mas como gosto mais de entrar em Lisboa é de barco. Atravessar o Tejo num dos barcos que saem do Barreiro ou do Seixalinho, no Montijo, é uma experiência muito mais rica. A cidade desfila vagarosamente defronte de nós. Primeiro a zona oriental, com o Parque das Nações e a sua afirmação de modernidade. Depois, a zona das docas, com os navios de carga e de cruzeiro lembrando outros caminhos e outras viagens. Mais acima, os prédios de Chelas e as Amoreiras. Encontramos a Graça, S. Vicente, o Panteão Nacional. Finalmente, a bela sala de visitas da cidade, o Terreiro do Paço. Subindo o olhar, encontramos a Sé e, lá mais em cima, como um guardião da cidade, o Castelo de S. Jorge. Está um dia de sol e a cidade resplandece à beira das águas. Faz-me lembrar Veneza vista do Gran Canal, ou Lausanne vista do rio Lago Leman. Mas aqui não há barcos de recreio, cheios de turistas de máquina fotográfica em punho. Estes são barcos de gente trabalhadora, que vai diariamente para Lisboa, que já viu estes prédios e estas pequenas ondas do rio centenas de vezes. Nem levantam a cabeça, mergulhados nos seus jornais, nos seus telemóveis, nos seus pensamentos. E Lisboa desdobra-se à minha frente, como um postal ilustrado, como um filme feito só para mim.
Teresa:
ResponderEliminarMuito obrigado por participar no desafio. Fica agendado e será publicado na próxima semana, valeu?
Gosto muito de Lisboa, principalmente a que conheci nos anos 60, quando vim para cá viver. Depois iniciei a vida de andarilho e, quando regressei, achei que Lisboa tinha perdido o encanto de outros tempos. Custou-me a perceber que não era um problema da cidade, mas sim meu, que tinha perdido as referências e as amizades.
Que lindo,Teresa! Ainda não conheço Lisboa, mas pelo que vejo senmpre, deve mesmo ser linda! beijos,tudo de bom,chica
ResponderEliminarComo um texto pequeno, faz viver um momento de grande de encanto. Brilharam-me os olhos.
ResponderEliminar... a cidade que me "mexe"... LISBOA!
Beijo grande, Teresa
Belo texto sobre Lisboa, cidade que eu também amo, embora lá tenha vivido apenas parte dos anos da minha formação académica e ainda uns meses quando estava a dar aulas em Setúbal e fazia o caminho inverso, atravessando o Tejo para o lado de lá!
ResponderEliminarTenho saudades desse embalo do rio...
Abraço
Olá Teresa,
ResponderEliminarEncaixei nesta descrição na perfeição. Também sou de Lisboa, igualmente nasci na mesma maternidade que tu, conheço todos os lugares mencionados, a viagem de barco já não faço faz muito tempo, apenas utilizava na minha adolescência, quando usava o barco de Belém/Trafaria para as praias na Costa da caparica. Agora sou mais preguiçosa e vou de carro. Mas era delicioso sentir o cheirinho do mar e aquela brisa fresca na cara.
Gosto muito de Lisboa, a zona de Alfama, Bairro Alto são muito tradicionais, cada beco, cada rua, cada casa, cada janela, cada pátio tem a sua história, são brazões da nossa lisboa bastante castiços.
Gostei de vir aqui...
Beijokas
Lisboa é a minha cidade querida!
ResponderEliminar...embora sempre tenha morado na linha de Cascais...
gosto da sua luz
dos seus bairros antigos
do céu visto das altas mansardas
do cheiro do Tejo ao fim da tarde!
ainda hoje tenho saudades das torradas da pastelaria Ferrari, antes do incêndio do Chiado.
eu também gosto da sua cidade!
um beijo
Manuela
Muito bem Teresa! Até era estranho se ninguém se "lembrasse" da nossa Lisboa.
ResponderEliminarEu, não sou de Lisboa, já lá trabalhei mas agora só lá vou de "visita"!
As minhas visitas, são sempre interessantes porque ando como se fosse estrangeira, levo maq. fotográfica e raramente apanho transportes.
Ando muito, mas nem sempre sei por onde andei...:), foi bom ler o teu post tão bem explicadinho!
bjs
Teresa... rendo-me! Parabéns pela forma absolutamente encantadora como descreves a tua cidade. Pessoalmente também adoro o Tejo à noite visto da outra margem. Adorei o teu detalhe dos navios de carga e das histórias que cada um carrega nos seus cascos. É como já aqui disse, Lisboa é linda através dos teus olhos!
ResponderEliminarBeijinho :)
Lindo, Teresa! Um belo texto como sempre. Consigo ver Lisboa a cada palavra que escreveste.
ResponderEliminarBjs
A cidade que viu nascer a minha família há várias gerações. Estou a redescobri-la, como já afirmei noutro local, talvez até a amá-la...
ResponderEliminarComo descreveu bem a visão que se tem dela, vindo do sul...
Abracinho
Lindo o teu texto! passei parte da minha adolescencia na Penha de França, estudei aí e foi onde fiz grandes amizades, agora também adoro a margem sul, pena tenho de não poder estar sempre aí. Lisboa é uma cidade bonita sem duvida, orgulho-me dela.
ResponderEliminarBjs
Teresa
ResponderEliminarÉ bem verdade, que existe para cada um de nós, uma cidade que ocupa todas as emoções particulares do nosso coração. A tal, a eleita, aquela que, com grandezas e misérias, será sempre a cidade da nossa vida. Lisboa é também a minha cidade, porque o Sol não brilha em mais lugar nenhum no mundo, como nela brilha, porque todos os sons e todos os cheiros que a envolvem compõem dentro de mim a emoção própria das coisas únicas... porque... e o amor, alguma vez teve uma explicação única e lógica?
Beijinho, óptimo texto
Carlos
ResponderEliminarNunca resisto a um bom desafio.
Depois segue a cidade europeia que também elegi.
Libel
ResponderEliminarJá tinha saudades tuas!
Pois, faltou essa parte das idas à praia na Costa da Caparica, que fizeram parte da nossa adolescência. Quanto ao resto, entendemo-nos, é uma cidade maravilhosa.
Bjs e volta sempre.
Amigos
ResponderEliminarA todos os amigos virtuais que por aqui passaram e comigo partilharam esta visão de Lisboa, como quem chega devagarinho, eu agradeço. Ando cheia de trabalho e não consigo responder a todos, individualmente, como é meu hábito. Mas a todos agradeço as palavras e a partilha.
Bjs
Teresa,
ResponderEliminarDesculpe-me por não comentar este post. Meu objetivo nesse momento é agradecer-lhe pelas felicitações que deixou em meu blog pelos 2 anos de vida.
Obrigado.
Beijos e ótima quarta-feira.
Belíssima a última frase!
ResponderEliminarE, sim, uma cidade de grandezas e misérias, muito bem disfarçadas pela luz mágica que enfeitiçou Tanner e tantos outros outros. Privilegiada pela sua extensão a oeste, de "foz em fora".
A Linha também merece um texto bonito como o que dedicou a Lisboa... É só dar uma voltinha pelo paredão entre Paço de Arcos e Sto Amaro, para perceber do que falo ;-)
We
ResponderEliminarTambém gosto muito da Linha, passei muitos tempos maravilhosos em Carcavelos, quando era jovem. Mas Lisboa é diferente, cada pedra, cada rua, tem uma história que partilha comigo. É a tal relação visceral que só se tem com o sítio onde nascemos e crescemos.
Bjs
Teresa
ResponderEliminarEncantada com seu texto , um poema à Lisboa.
Já tenho lido sobre a sua Lisboa , capital de Portugal mas nunca com tanta perfeição e carinho.
A cidade me parece cada vez mais linda com o grandioso Rio Tejo, que poeticamente é tido como o porto "capaz de albergar todas as esquadras do mundo".
Essa cidade tem histórias de muitos povos dos fenícios aos mouros , é fascinante ler sobre ela. Nao demoro muito mais a conhecer Lisboa, Teresa. começo a agendar, será ?? rsrs
parabéns , está cada vez melhor passear aqui.
abraços
Obrigada por ilustrar tão bem a minha cidade.
ResponderEliminarO nosso coração de alfacinhas sempre bate por ela.
Um beijinho
Também será uma das minhas cidades. Nasci em Lisboa, como as minhas irmãs, a minha mãe e a minha avó :)
ResponderEliminarGosto muito da luz de Lisboa.
um beijinho
Adoro Lisboa, até porque aqui nasci, cresci e vivi quase toda a vida. Ainda hoje encontro novos recantos encantadores, que sempre existiram, mas que talvez mais alheada não dava por eles...
ResponderEliminarPara todos os efeitos é a cidade da minha vida, mas escrevo tantas vezes sobre os seus jardins, estátuas, miradouros, rio, etc. que escolhi outra cidade para responder ao desafio do Carlos.
É difícil definir a cidade num só post... :)
Beijinhos!
Fê
ResponderEliminarÉ verdade. Quem nasce alfacinha, tem sempre o coração a bater com Lisboa.
Bjs
Redonda
ResponderEliminarHá tanta coisa fantástica em Lisboa, a luz é uma delas.
Bjs
Teté
ResponderEliminarEu sou assim, também. Continuo a descobrir recantos que me encantam e a escrever sobre eles.
Bjs