Invictus

Ontem, fui ver o filme "Invictus". Foi o filme mais inspirador que vi nos últimos tempos. Baseado na história, verídica, da participação da equipa da África do Sul no Campeonato Mundial de Râguebi de 1995, é acima de tudo uma bela história de como um homem pode tornar-se um líder e levar o seu país a unir-se à volta de uma ideia, um propósito, uma equipa. O homem é Nelson Mandela, magistralmente interpretado por Morgan Freeman. O capitão da equipa de râguebi é Matt Damon, o realizador é Clint Eastwood. E o país é a África do Sul, depois da libertação de Nelson Mandela e da sua eleição como Presidente da República. É o momento em que o país está à beira de uma guerra civil, que pode bem tornar-se uma guerra racial. Há que gerir as expectativas dos negros e os receios dos brancos, de modo a fazer vingar o sonho de uma África do Sul multirracial, o país do arco-íris. Só Nelson Mandela poderia perceber que podia unir o país através da equipa de râguebi dos brancos, simbolo do próprio apartheid.
Quando olho para o século XX, que há pouco terminou, vejo muitos governantes mas poucos líderes. Um deles foi, sem dúvida, Nelson Mandela, como Gandhi, Martin Luther King, ou Franklin D. Roosevelt. O que transforma um governante num verdadeiro líder? Provavelmente, a capacidade de se colocar acima das mesquinhas lutas pelo poder, de perceber que liderar um povo significa governar para todos e não apenas para aqueles que o elegeram. Há que ser um exemplo. Há que dar um sentido aos sonhos e aos sacrifícios. Nelson Mandela foi um verdadeiro líder e um exemplo para todos. Hoje, apetecia-me pôr um anúncio: "Precisam-se líderes." Onde estão eles?

Comentários

  1. Olá, Teresa
    Tenho a "sorte" de ser eu a estrear os comentários a este teu post.
    Q dizer?
    Subscrevo tudo o q escreves e muito mais. Um líder, uma missão, uma visão.
    Para mim, só o poema "Invictus" consegue expressar a mensagem subjacente ao filme.
    Bj

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  2. Ainda não vi o filme, mas está na minha lista... :) Tens razão. Aquilo que faz um líder, é por redundância, a capacidade de liderar, e isso é raro... na política, mais raro ainda. Mandela tinha características na forma de governar que muito admirava, e ideias positivas como aquela dos julgamentos locais e e pedidos de perdão em público às vítimas... numa tentativa de reunificação da população em volta do país comum (vi um documentário sobre isso que nunca mais esqueci, porque essa visão de ser assim, localmente, através de pequenas acções de reconciliação, que se traça o destino do país fracturado, achei Genial... esta e outras... era um líder no verdadeiro sentido da palavra, como Ghandi, com uma missão , sem perder a humildade... estou mortinha por ver o filme, porque o Clint é aquele mestre!!!!!Beijinhos

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  3. Ana
    E que lindo, esse poema: Ser o comandante da minha alma...
    Bjs

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  4. Eva
    Também admiro muito o Mandela e a forma como ele conseguiu unir um país tão ferido. Como este filme junta tudo isso a dois actores excelentes e um realizador genial, é mesmo de não perder!
    Bjs

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  5. Vi o filme. Tinha que ver!
    Conheço muito da história desse homem notável e invulgar, que é Nelson Mandela, bem como de sua mulher, Graça Machel, que conheci em Moçambique, era ainda vivo o seu primeiro marido, Samora Machel, então presidente daquele país.
    Com mão de mestre Clin Eastwood realizou Invictus a partir do acontecimento aqui referido, revelando o carácter, o humanismo e a visão de Mandela, que o colocou no quadro de honra dos grandes líderes, homens que só de tempos a tempos a Humanidade descobre.
    O filme, em si, talvez pelo que sei de Mandela, ficou ,na minha opinião, aquém do que esperava.
    Mas, se mais não fora, bastava o diálogo final e a soberba interpretação de Morgan Freeman (pareceu-me estar a ver Mandela), para o aconselhar,vivamente.
    É importante que quem o vá ver saiba que nas duas taças do mundo de râguebi anteriores, a África do Sul foi proibida de participar, devido à política de Apartheid. Em 1995 Mandela "fez" dela campeã. A partir daí, os sul-africanos não pararam e são, hoje, o país com mais campeonatos do mundo conquistados, estando já apurados para o de 2011.
    Extraordinário como um homem negro, eleito por uma esmagadora maioria negra, transformou uma equipa de brancos num dos orgulhos do seu país!
    Líderes, onde estão eles? Pergunta. Não sei, Teresa. Olho para a nossa Europa e não os vejo. E começo a recear que a esperança Obama, surgida nos Estados Unidos, não passe disso mesmo, duma esperança.
    BJS

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  6. Carlos
    Concordo com tudo o que disse, sobre Mandela e sobre o filme. E aprendi mais alguma coisa, porque não sabia desse percurso da equipa de râguebi.
    Quanto aos líderes, quando escrevi o post, fiz esse exercício e também não me lembrei de nenhum europeu. Alguns bons burocratas e ficamos por aí. É triste! Quanto ao Obama, ainda mantenho a esperança!
    Bjs

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  7. Ainda quero ver esse filme! Deve ser real tua boa impressão sobre ele.beijos,tudo de bom,chica

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  8. Olá Chica
    E vale a pena ires ver, quando passar aí.
    Bjs

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