Estamos a destruir livros?
Esta semana, até parece que estou numa qualquer cruzada contra o nosso Ministério da Cultura, mas não é verdade. O que acontece é que acabo de tropeçar em mais uma notícia daquelas que nos faz questionar: "Onde está o Ministério da Cultura, quando precisamos dele?"
Segundo descobri no Sebenta do Nando, há várias Editoras a destruir livros, dando como razão o facto de já não terem saída comercial. O método já não é a fogueira, agora é a guilhotina, sem dúvida um método mais discreto e ecológico. Mas... há no meio dos livros destruídos obras de Jorge de Sena, Eugénio de Andrade, Eduardo Lourenço, Vasco Graça Moura, Maria Teresa Horta e tantos outros autores importantes da Língua Portuguesa! Será que também já não têm valor comercial? E, mesmo que assim seja, não há outros fins mais dignos?
Estamos sempre a ser solicitados para campanhas de doação de livros para escolas em países lusófonos, por exemplo. Não seria possível doar esses livros e, com o patrocínio da nossa transportadora aérea nacional, fazê-los chegar onde são necessários? Então e o Ministério da Cultura e o Instituto Camões, não achariam uma boa ideia enviar estes livros para bibliotecas regionais ou para os leitorados, que se esforçam por difundir a Língua de Camões e de Pessoa por esse mundo fora? O próprio Ministério da Educação, assim como o Instituto das Comunidades, não conseguiriam imaginar um destino mais apropriado para estes milhares de livros, nestes tempos em que tanto se fala do Plano de Leitura?
Não sei, isto de destruir livros faz-me impressão. Se calhar o defeito é meu.
Para saber mais sobre esta destruição de livros:
Correio da Manhã - 28 de Fevereiro de 2010Leya acusada de destruição de obras históricas
Está já a correr uma Petição para impedir a destruição de livros. Se alguém quiser aceder e assinar, é só clicar:
Petição Mil - Não destruam os livros!
Não podia concordar mais contigo! Aliás, já tive oportunidade de o dizer em vários outros blogues. Não és só tu, não... faz-me muita impressão. Penso que lhes poderiam dar outro fim útil, tal como dizes, doados às bibliotecas regionais ou aos PALOP . Enfim... até nos parece incrível que sejam as próprias Editoras, responsáveis pela divulgação de cultura a fazer isto, mas estão provavelmente a ocupar espaço... enfim... já me cansei de tentar perceber... Beijinho
ResponderEliminarMuito importante isso! beijos,linda semana e MARÇO! chica
ResponderEliminarJá tinha assinado a petição, na verdade é algo que me faz muita impressão, tenho por hábito guardar os meus, então os do meu pai são uma reliquia.
ResponderEliminarBjs
Teresa há situações a que não podemos ficar indiferentes sob pena de nos tornarmos cumplices.
ResponderEliminarBjs
Concordo contigo, Teresa. Parece incrível que se façam coisas destas, actos que quase se podem qualificar de vandalismo, só que, pelos vistos, legalizado. Levei o teu poste para o meu blog. Espero que não te importes, mas acho importante divulgar este disparate que se faz no nosso país.
ResponderEliminarUm beijinho
povo letrado...povo perigoso
ResponderEliminaronde é que eu já vi uma coisa assim... ??
bj
teresa
Ainda há bem pouco tempo recebi um e-mail que apelava ao envio de livros para Timor por apenas 2€. Achei a ideia louvável, mas ao ler estas notícias, fico completamente revoltada com a falta de coerência das entidades que supostamente promovem e defendem a cultura. Devo ensinar os meus filhos a respeitar um livro, para depois serem confrontados com este tipo de atitudes controversas? Claro que a minha postura será sempre a do respeito pelos livros e pelas palavras sentidas de alguém, mas não deixa de ser vergonhoso.
ResponderEliminarBeijinhos
Eva, Lilá(s)
ResponderEliminarAinda bem que já assinaram, eu só hoje soube deste escândalo cultural. Acho revoltante.
Bjs
Querida Chica
ResponderEliminarObrigada e bom mês de Março para si também.
Bjs
Nando
ResponderEliminarNão podemos mesmo ficar indiferentes. Acho que a blogosfera também serve para espalhar a indignação.
Bjs e parabéns por teres divulgado.
Rosa
ResponderEliminarClaro que não me importo, até acho bem que estas coisas tenham uma grande divulgação, para ver se mudam, se têm alguma vergonha.
Bjs
Teresa
ResponderEliminarHum... no sidebar do meu blogue? Mas é uma frase que continua muito actual, como se vê.
Bjs
Helga
ResponderEliminarSabes que eu também pensei nisso? Afinal, que exemplo estamos a dar aos nossos jovens?
Bjs
Teresa
ResponderEliminarSão tantas as mensagens contraditórias que cada vez me surpreende menos o facto das crianças e dos jovens andarem confusos. Até nós adultos andamos...
Destruir livros... nem sei o que pensar, sinceramente!
Um abraço, indignado, claro!
E ainda tem-se a incoerência de se exigir uma erudição em nossos meios. A hipocrísia chegou em nossos tempos e estacionou mesmo...
ResponderEliminarJá assinei a Petição.
ResponderEliminarDei a minha morada aa Alemanha, mas se calhar era melhor, que eu desse a minha morada daí?
Na Alemanha ou em Portugal, sou contra a destruição de livros.
Bom dia!
Maria João
ResponderEliminarÉ verdade, enviamos mensagens contraditórias e depois queixamo-nos de que os nossos jovens não respeitam a cultura. Não se compreende.
Bjs
Shisuii
ResponderEliminarNão sei se é hipocrisia, ou a lei do mercado a actuar, sem qualquer travão. Seja como for, é imoral.
Bjs
Ematejoca
ResponderEliminarObrigada por assinares. Acho que a morada é irrelevante.
Bjs
É realmente um crime de lesa cultura; mas onde está responsabilidade do Ministério da Cultura??
ResponderEliminarÉ um grupo privado; se eu destruir os meus livros estou a praticar um crime de lesa cultura, mas o MC é culpado disso???
Já assinei a petição, com certeza!
Beijinho.
Claro que assinei a petição, não podia deixar de o fazer!
ResponderEliminarQuanto ao post, em boa hora aqui editado, só uma reserva, que tem a ver com o MC. Subscrevo as interrogações de pinguim.
Somos todos defensores de uma sociedade livre, com pouco Estado e a iniciativa privada a funcionar em pleno. Mas a verdade é que, quando qualquer coisa corre mal, mesmo que nada tenha a ver com o Governo,chamamos pelo Estado. Não me parece correcto.
Tanto quanto sei, esta intolerável destruição de livros partiu do grupo editorial Leya, propriedade de um senhor que, até há pouco tempo, foi proprietário (accionista principal)de uma televisão - a TVI!
A petição é uma forma de manifestarmos a nossa indignação, já lá está o meu nome.
Este é um dos casos em que se uma manifestação fosse convocada para a porta da Leya (e não do MC)nela me integraria.
Bjs
Pinguim, Carlos
ResponderEliminarEm primeiro lugar, obrigada por assinarem a petição.
Em relação ao papel do Ministério da Cultura, aceito a vossa reserva. Também acho que o Estado não deve sobrepor-se à iniciativa privada. Mas quando os privados falham, o Estado deve funcionar, dentro das suas funções reguladoras. Além de que, segundo parece, a Editora do Estado, a própria Imprensa Nacional, também estaria a proceder a destruição de livros pelos mesmos meios.
Não sei, seria interessante discutirmos aqui até onde deveria ir a mão do Estado, especialmente em questões de Cultura.
Bjs
Há um desafio muito longo no "ematejoca azul".
ResponderEliminarCaso não aceites o desafio, Teresa, vai buscar, pelo menos, o selinho blog perfeitinho, que fica muito bem neste blogue também muito perfeitinho.
A saudação habitual de Düsseldorf.
PS: Sei, que tens uma amiga em Haan, que fica muito perto da cidade, onde moro.