Postal de Lisboa XVIII – Árvores de Interesse Público
Quantas vezes caminhamos por Lisboa, tão apressados
que nem nos damos tempo para apreciar o que está à nossa volta! Mal olhamos
para os prédios, as pessoas, os nossos sentidos concentrados no trânsito, ou no
trabalho que nos espera nesse dia. E, no entanto, quantas coisas interessantes
esta cidade tem para mostrar! Por exemplo, as árvores. Como eu ando sempre de
nariz no ar, dá-me para reparar nas árvores de Lisboa. Felizmente ainda não
inundámos a cidade de palmeiras, na tentativa de a transformar numa espécie de
cidade californiana ou caribenha. Mas o clima é propício e muitas árvores do
mundo imenso que explorámos foram trazidas para Lisboa e aqui se desenvolveram
bem. Às vezes, até nos acolhemos à sombra destas belas árvores, nas tardes
soalheiras, sem nos apercebermos do valor do património que nos protege das
inclemências do sol.
Algumas dessas árvores têm tanto valor que foram
declaradas Árvores de Interesse Público. As razões podem variar. Podem ser
árvores muito antigas (há algumas do tempo dos Descobrimentos, até da fundação
de Portugal). Podem ser árvores de espécies raras, ou então de formas tão
harmoniosas ou tão bizarras que merecem preservação.
(Cipreste do Buçaco, no Jardim França Borges, no Príncipe Real)
A maioria destas árvores está situada em parques e
jardins da capital. No entanto, algumas encontram-se isoladas, no meio dos
passeios, nas ruas, à mercê da poluição, e até do vandalismo de quem nada sabe
e nada quer preservar. Uma das minhas preferidas é um belíssimo lodão-bastardo
(nome científico Celtis
australis L.), que se ergue indiferente aos automóveis no centro da Avenida de
Berlim.
(Lodão-bastardo, na Avenida de Berlim)
Outra, junto à Sé de Lisboa, no Largo do Limoeiro, é uma Bela-Sombra (nome científico Phytolacca dioica L); o próprio nome aponta a sua função predileta. Enorme, cheia de espaços no tronco onde apetece esconder e brincar, estende-se pelo passeio, obriga-nos a rodeá-la, mas se calhar não a cuidar dela como merecia.
(Bela-Sombra, no Largo do Limoeiro à Sé)
Das mais de 600.000 árvores que existem em Lisboa, foram
classificadas como Árvores de Interesse Público 19 povoamentos (conjuntos
arbóreos) e 65 árvores isoladas. A Câmara Municipal de Lisboa está a organizar
circuitos para dar a conhecer esta parte do património da cidade, o que me
parece uma excelente ideia.
Mas elas já aí estão, para nosso deleite. Altas e orgulhosas, de
formas estranhas, frondosas e convidativas, ou antigas e decrépitas. De
interesse público.
(Fotografias tiradas do site da Autoridade Florestal Nacional, Árvores Monumentais de Portugal)
A mais bela será decerto a do Jardim do Príncipe Real.
ResponderEliminarPinguim
EliminarA mais bela não sei, mas a mais vistosa talvez seja, pela sua extraordinária envergadura.
Bjs
Também considero essa uma excelente ideia, especialmente se esses passeios forem programados em tardes primaveris... :)
ResponderEliminarBeijocas!
Teresa
EliminarEu até pediria para serem ao fim de semana, mas não sei. Se entretanto souber novidades, publico, ok?
Bjs
Olá, Teresa
ResponderEliminarDa próxima vez que eu andar por Lisboa vou prestar mais atenção ao que me rodeia em especial pelos parques e avenidas/ruas que mencionou. Desconhecia a existência dessas árvores assim espalhadas pela cidade.
Obrigada.
Bom fim de semana.
Olinda
Olinda
ResponderEliminarEu resolvi escrever sobre isto, porque realmente também só descobri há pouco tempo e acho que é importante termos noção do património que nos rodeia para melhor o preservarmos. Confesso que algumas árvores já me encantavam, mas não sabia que eram classificadas como património de interesse público.
Bjs
Eheheheh!!! Nem de propósito, Teresa! Hoje lá fui dar o meu "passeio dos pobres", com a minha Sonny a tiracolo. Se queres saber, só tirei fotos a árvores.
ResponderEliminarPor todo o lado, por onde ando, gosto de observar as árvores, os seus troncos, os seus ramos, as suas folhas...
E é engraçado que o sobreiro, que é a Árvore Nacional de Portugal e que sempre achei uma árvore muito triste, me fascina, principalmente, quando vejo um, muito solitário num grande campo, mas com uma presença muito forte.
Beijinhos
Rosa
EliminarEu sei bem que tu gostas de fotografar árvores, e às vezes lembro-me de ti, quando vejo exemplares fora do vulgar.
Beijinhos.