Há 40 anos, o Homem na Lua


Lembro-me bem. Eu e a minha irmã, pasmadas, de olhos pregados na televisão. No pequeno ecrã preto e branco passavam imagens estranhas, que pareciam saídas de um filme fantástico. A minha tia-avó mais nova dizia: “Se eu alguma vez imaginei ver isto!” E a minha tia-avó mais velha resmungava: “Isto é tudo mentira, como é que o Homem pode ir à Lua?” E nós as duas, de olhos pregados na televisão.

Nós e mais uns quantos milhões de pessoas à volta do mundo. Faz hoje 40 anos que o Homem pisou a Lua pela primeira vez. E, numa época de confrontos e guerra fria, só a China escolheu ignorar totalmente o acontecimento. A quase totalidade dos países do mundo seguiu com entusiasmo e assombro o feito pioneiro dos astronautas americanos. A própria União Soviética, rival dos americanos na corrida ao espaço, faz grandes reportagens consagradas à missão Apollo e Podgorny, presidente do Soviete Supremo, presta homenagem aos três astronautas.

O lançamento da nave Apollo 11 tinha atraído milhares de pessoas para a Flórida. Muitos são convidados, altos dignitários americanos e de outros países. Cinquenta e cinco países, entre eles três da Cortina de Ferro, enviaram representantes. Todos os países da Europa ocidental estão representados, excepto Portugal.

A missão da nave Apollo 11 representava o culminar de uma corrida ao espaço que se tinha iniciado em 1957, quando os soviéticos lançaram o primeiro satélite Sputnik para o espaço. Logo no ano seguinte, os Estados Unidos da América criaram a NASA, a agência espacial americana, e procuram acompanhar ou ultrapassar a União Soviética na exploração do espaço. Mas o primeiro homem a orbitar a Terra é soviético, Yuri Gagarine. E a primeira mulher também, Valentina Terechkova, símbolo de um século que trouxe a igualdade de oportunidades às mulheres, pelo menos numa parte do mundo. Quando os astronautas Armstrong e Aldrin passeiam no Mar da Tranquilidade lunar e aí colocam uma bandeira americana, esse acto é o símbolo de uma vitória nesse teatro de guerra tão particular que era a exploração espacial.

Mas para mim e para a minha irmã, que naquele dia estávamos presas ao ecrã da televisão e aos passos lentos e leves daqueles estranhos homens de escafandro, como para os outros milhões de pessoas que assistiam àquele acontecimento pelo mundo fora, e que nada sabíamos de política, era a demonstração da capacidade humana que ali estava, o querer e o sonho transformados em acto. E todos sentíamos que era realmente, como se ouvia na transmissão televisiva, “um passo gigante para a Humanidade”.


Aldrin fotografado por Armstrong (que se vê reflectido na viseira do capacete) no mar da Tranquilidade, em Julho de 1969. Entretanto, o terceiro astronauta, Collins, faz a órbita da Lua. (Fotografia do Google)


Comentários

  1. Pra mim foi um momento histórico.Grávida da primeira filha, com 20 anos apenas e ali grudadinha junto ao maridão, assistindo aquele momento, passando a mão na barriga pra contar para ela ali dentro o que acontecia...beijos,chica

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  2. Olá, Teresa,
    Já se passaram 40 anos e pra mim isso ainda é uma coisa inacreditável. Quantos mistérios possui a lua, imagina poder tocá-la?
    E nós, seres humanos, achamos que o mundo gira ao nosso redor e esquecemos que somos minúsculos diante da grandeza do universo!
    Que coisa, não?

    Beijo,
    Marília

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  3. Chica
    Como é bom termos idade suficiente para ter estas recordações maravilhosas, não é?
    Bjs

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  4. Olá Marília
    Era bom se mantivessemos sempre essa noção de que somos tão pequenos, na imensidão do espaço!
    Ou, como alguém disse, somos pó de estrelas.
    Bjs

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  5. Como é bom lembrar esses momentos.
    O tempo passa tão rápido e nem nos lembramos.
    Ainda bem, que além das coisas ruis, a mídea também passa coisa boa para relembrarmos.
    Ermos tão pequenos, quando tudo aconteceu.
    Maravilhosos tudo isso.
    E a grandeza que isso tem para a |Historia da Humanidade.
    Sandra

    Tem um lindo presente te esperando em Curiosa e um lindo Jardim de Flores de Esperando no Blog Uma Interação de Amigos.
    Passe lá. Ficarei muito Feliz com a sua chegada.
    Com muito carinho
    Sandra

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  6. Não posso lembrar-me! Mas gosto muito de ler sobre este momento :) e gostei muito de a ler Teresa :)

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