O Bolo-Rei
A pensar no meu amigo Shisuii, resolvi fazer este post sobre uma das coisas mais agradáveis que traz cada época natalícia: o Bolo-Rei. O Bolo-Rei é um bolo de massa levedada, como o pão, recheado com os mais diversos frutos secos e coberto de açúcar e frutas cristalizadas.
Tradicionalmente, esconde na massa uma fava e um pequeno brinde. O brinde traz sorte a quem o encontra, enquanto a fava traz despesa, porque quem a apanha deve comprar o próximo Bolo-Rei.
Dizem que a sua origem é francesa, mas na verdade não se parece nada com a tradicional Galette des Rois que se come em França. O que se sabe seguramente é que começou a ser vendido em Lisboa, pela Confeitaria Nacional (essa maravilhosa pastelaria da Baixa que, por si só, mereceria um post!), cerca de 1860. O sucesso foi grande e, em 1890, é posto à venda no Porto, pela Confeitaria de Cascais.
O destino do Bolo-Rei esteve em perigo quando da implantação da República, já que o nome parecia uma ovação ao regime monárquico. Houve quem advogasse o final do fabrico deste bolo; outros propuseram mudar-lhe o nome para Bolo-Presidente ou mesmo Bolo-Arriaga, do nome do nosso primeiro Presidente da República. A maioria da população, no entanto, sabia distinguir as coisas e, por muito republicanos que fossem, ao bolo mais tradicional do Natal preferiam continuar a chamar Bolo-Rei. E o nome ficou, claro!
Hoje, o Bolo-Rei não pode faltar em nenhuma mesa, na Consoada. Mesmo os que não gostam muito, se rendem à tradição. Eu confesso que adoro!
(Algumas informações foram retiradas do livro "Cozinha Tradicional Portuguesa" da Editorial Verbo)
Olá Teresa,
ResponderEliminarDesta vez sou o primeiro. Não quer dizer que isto contribua para alguma distinção.
Gostava de saber quem foi a "alma de génio" que inventou esta receita.
Já ouvi muitos dizer que não gostam de Bolo Rei, e normalmente quando o dizem estão ao balcão de uma qualquer pastelaria a comprar o dito.
Não se gosta mas come-se.
Eu adoro Bolo Rei.
Ainda bem que com a implantação da República este não desapareceu. Era mais uma das "burrices" da época.
Agora , e por questões de segurança, o Bolo Rei perdeu um bocadinho do seu encanto. Já não pode trazer o "brinde". Coisas dos tempos modernos.
Um beijo,
Pois, tens razão, esqueci-me que já não havia brinde. Coisas da defesa do consumidor! E fava, será que ainda há?
ResponderEliminarBjs
E tens coragem de mostrar tudo isso e não mandar uma provinha pra gulosa aqui?rsrsr Deve ser ótimo!beijos,chica
ResponderEliminarOh, Chica, eu até mandava, mas acho que não chegava ao Brasil em boas condições!
ResponderEliminarBjs
Ai Teresa, como eu te compreendo...
ResponderEliminarE o recente "inventado" Bolo Rainha, já experimentaste? É uma éspécie de bolo rei, mas apenas com frutos secos. Uma verdadeira delícia!!! Recomendo.
Jà comiamos uma fatiazinha de bolo rei :)
ResponderEliminarBjs
Aqui vai um comentário como hoje alguém me sugeriu no local de trabalho.
ResponderEliminarTrata-se uma frase de um autor desconhecido.
" A medida do caracter de um Homem, mede-se pelo que ele faria, se soubesse que não era descoberto."
Astro Rei
Ana
ResponderEliminarIsto de ser gulosa é terrível: eu gosto mais do Bolo-Rei do que do Rainha, porque... é mais doce!
Bjs
Olá Vagamundos
ResponderEliminarNão há Bolo-Rei na Dinamarca, calculo! Eu também vos mandava um, mas desconfio que não chegava aí em bom estado.
Bjs
Astro-Rei
ResponderEliminarNão percebi o seu comentário. Se ninguém o descobrisse, roubava um Bolo-Rei inteiro?
Obrigada pela sua visita e volte sempre.
Olá Teresa.
ResponderEliminarElevemos a situação ao absurdo.
Como reagiria O Homem no seu dia a dia. Nas suas atitudes e comportamentos nas suas escolhas, se soubesse que não era descoberto.
Neste caso concreto, do Bolo-Rei.
No meu caso, não lhe roubava o Bolo Rei-inteiro, nem tão pouco uma fatia por mais delicioso que ele estivesse. Apenas aceitava uma fatia, mas só no caso de ser oferecida.
É uma questão de carácter.
Já agora, devo confessar que aprecio mais o Bolo Rainha.
Astro Rei
Querida amiga,
ResponderEliminaro Bolo Rei encontra-se em todas, ou quase todas, porque os tempos são de crise, as mesas na noite de Consoada. É um dos meus bolos favoritos.
Por imposição da ASAE já não encontramos a fava e o brinde!
Como adorava quando me saía o pequenino brinde embrulhado cautelosamente num papelinho. E não era nada de muito valioso, mas era engraçado. O mesmo se passava se via sair a outra pessoa a fava!
Têm-se perdido muitas tradições genuínas em nome de uma instituição que é "mais papista que o Papa". Os republicanos foram bem mais inteligentes ao preservar uma tradição.
Tal como tu, prefiro o Bolo-Rei ao Bolo Rainha e pelas mesmas razões... gulodice!
Beijinhos
Olá Natália
ResponderEliminarPartilhamos a mesma gulodice, não é?
Também gostava do brinde, eram coisinhas sem valor, mas era engraçado. Suponho que tiveram medo que partissemos algum dente!
Bjs
Pronto, Astro Rei, elevando a situação ao absurdo, não lhe posso oferecer uma fatia de Bolo Rainha, porque gosto mais do Bolo-Rei! Mas posso sempre oferecer um cafezinho ou uma chávena de chá! Assim está bem?
ResponderEliminarNão vim cá no dia certo, agora não me posso queixar: fiquei sem saborear o bolo.
ResponderEliminarSaudações
JPD
ResponderEliminarFica para a próxima. Até ao dia de Reis, ainda há muitos doces para saborear.
Bjs
Olá Teresa, permita-me :
ResponderEliminarO facto de gostar mais do Bolo Rainha, entenda-se que é em sentido estrito.
Pois, a Língua Portuguesa é muito traiçoeira.
Astro Rei
oi vc ?eu quero faze um bolo? um?
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