Comunicação
Parque das Nações, duas horas da tarde. Como tantas vezes acontece, aproveito um tempinho livre para passear um pouco ao longo do rio. Sento-me no meu recanto preferido, perto do Lago das Tágides, debaixo de uma grande buganvília carregada de flores de um rosa vivo.
Está uma rapariga sentada num banco ao lado do meu. Parece nervosa, fala ao telemóvel (foi o que me chamou a atenção, ela parece estar alheada do mundo, sem se preocupar se alguém ouve a sua conversa, o que é completamente comum hoje em dia! – somos constantemente bombardeados pelas conversas de toda a gente). Deve falar com uma amiga, diz que “ele é insensível, podia ter vindo comigo, em vez disso estou aqui sozinha!” Depois de desligar, volta a pegar no telemóvel vezes sem conta, olha, mexe nas teclas, abre e fecha a tampa, depois pega num cigarro, acende-o, olha para um lado e para outro.
Eu olho em frente e sinto-me serena. O rio está ali, sempre igual e sempre diferente. De repente, o espanto dentro de mim: um peixe salta na água, volta a saltar, três, quatro vezes, uma imagem de alegria e vitalidade. Olho para a rapariga pelo canto do olho: continua nervosamente a mexer no telemóvel. Tenho vontade de lhe dizer: “Pára! Olha à volta, deixa o mundo entrar!” Continuo a olhar para o peixe, uma faixa prateada a saltar na água, indiferente às gaivotas!
Todas estas reflexões se passam entre mim e os meus botões, como se dizia antigamente, já que esta ideia de que nunca podemos estar sozinhos, nem mesmo a pensar, já não é nova: pelo menos os botões têm de lá estar! E dou comigo a pensar que somos mesmo seres gregários! E como a comunicação é importante para a nossa espécie! E como a Tertúlia Virtual nos vai fazer falta.
(Fotografia de Tony Maroussis)
Tereza, o Por que você tem um blog é evento permanente. Assim que postar, avise!
ResponderEliminarAbraço
Que lindo tudo! Linda reflexão e pra mim também ficará faltando algo aos dias 15 do mês...Pena! Beijos e tudo de bom,chica
ResponderEliminarViva, Teresa!
ResponderEliminarQuantas vezes nos acontece isso de, submergidos por minudências do quotidiano, não percebemos a beleza da vida que bos rodeia.
Até que, perdendo-a, por fim a encontramos.
Abraço
Ruben
Como gosto de passear pelo Parque das Nações! É um espaço lindo, tranquilo, pacificador, em perfeito diálogo do rio Tejo.
ResponderEliminarTambém gosto, como tu, de observar os que por ali se passeiam, cada um deles com a sua história pessoal. Às vezes, imagino essas vidas.
Gostei muito deste teu texto, como de todos os outros.
Beijos
Bravo! Bela despedida da Tertúlia, Tereza! Também gosto de me sentar à beira d'água e observar pessoas. É esquecendo do nós mesmos que notamos o quanto é interessante o que está em volta. Que pena que a garota não viu o peixe... beijos!
ResponderEliminarVanessa
ResponderEliminarObrigada. Vou fazer o texto e depois aviso, ok?
Bjs
Chica, Ruben, Ana Paula
ResponderEliminarJá passei nos blogues e deixei umas palavras a agradecer as vossas.
Obrigada
Bjs
Natália
ResponderEliminarConfesso que gosto muito de observar as pessoas e as coisas à minha volta. Depois, às vezes, escrevo sobre isso. Ou não. Mas é sempre enriquecedor.
Obrigada pelas tuas palavras e beijinhos.
Reflexões
ResponderEliminarReflexos de paixões.
Paixões despertadas pelas Tertúlias.
Por cada um de nós.
Pra nós.
Adeus Tertúlia.
Bjs
Bem observado!
ResponderEliminarbeijinho, Teresa
Verdade..perdemos muito... temos que dar mais valor as pequenas coisas..
ResponderEliminarEu, como diz minhas filhas, vivo no mundo das nuvens, olho tudo, viajo em cada virgula, em cada folha que cai...
Viver, para mim, é isso..Perceber e aproveitar todos os momentos.
Bjsssssssssssss
lind sua postagem, realmente nossos dias 15 não serão mais tão gostosos.... vamos torcer p que eles estejam com m novo projeto em mente, não é??!?!?
ResponderEliminarbjocas mil
tbm participo
Teresa, vim agradecer a visita e conhecer teu blog. Tomara que inventem outra coisa porque a Tertúlia vai fazer falta.
ResponderEliminarA todos os amigos que aqui passaram, obrigada.
ResponderEliminarHaverá seguramente outras ocasiões de encontro, outras tertúlias, outros desafios.
Bjs
A sua despedida da tertúlia foi muito linda minha querida...parabéns!
ResponderEliminarUm grande beijo e até mais!
É no Parque das Nações que faço minha habitual caminhada, desde a foz do Trancão até ao oceanário passando sempre junto ao rio e ás vezes pelo meio do jardim, sobre a água. Sigo normalmente numa passada cadenciada que me permite apreciar a beleza do local todos os dias diferente. Ponto obrigatório de passagem é o grande jasmineiro com suas pequenas flores brancas que exalam um perfume doce e enebriante.
ResponderEliminarQuem sabe não nos cruzamos já?
Venho lhe dar um abraço Tertúliano e um até breve em nova aventura do Jorge e do Edu...
Beijo com perfume de Rosa caída e...Arrepio na pele.
Tereza,
ResponderEliminarfique tranquila que outra brincadeira virá para tomar essa lacuna do dia 15. Aguarde! Obrigado por ter participado e de forma tão competente nesta derradeira rodada!
Bjs
Olá Teresa. Gostei das suas reflexões sobre a Vida e a sua vitalidade. De facto muita gente esquece de parar um pouco para pensar e depois... quando damos por isso, o tempo já não dá para pensar! É a realidade que enfrentamos, por isso é bom aproveitarmos os momentos de que podemos dispor para o fazer e gozar aquilo que a natureza nos oferece. Tudo de bom para si.
ResponderEliminarViva, Teresa!
ResponderEliminarRegresso aqui, para lhe dizer que, lá no blog, já respondi ao seu comentário no post sobre a Exposição Portugal e o Mundo" e deixei uma sugestão que estou certo lhe agradará bastante, no caso de não se ter antecipado já.
Abraço
Ruben