Massacres em África

Acabei há pouco de ler o livro “Massacres em África” escrito pela Felícia Cabrita (na foto) e editado pela “Esfera dos Livros”. Através de um relato muito vivo, acompanhamos a jornalista nas suas investigações, até chegar a documentos esquecidos e aos protagonistas dos acontecimentos. O relato inicia-se na década de 50, com os chamados  massacres de Batepá, em São Tomé.  Depois surge a chacina dos colonos portugueses no norte de Angola e o início da guerra colonial. Assistimos à retaliação das tropas portuguesas, em relatos que ficam como páginas negras da nossa história. Atingimos o horror quando descobrimos os pormenores macabros do massacre de Wiriyamu, em Moçambique. Felícia Cabrita não faz julgamentos, apenas tenta compreender o que se passou e o que leva um homem a, como ela mesma diz, “pular a cerca da normalidade e tornar-se um assassino”. Muitos dos que ela entrevista iam de uma vida comum, tiveram o seu desvario sanguinário e voltaram para Portugal, para uma vida normal e pacata. No entanto, não conseguimos deixar de fazer comparações e recordar os julgamentos dos criminosos de guerra nazis, ou dos soldados americanos que perpetraram a chacina de MyLai. Aqui, passa-se um pano por cima, olha-se para o lado e a vidinha continua. Brandos costumes!

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