E agora o lado pouco estético das praxes!

Tinha decidido que não escrevia mais nada sobre as praxes, mas não é possível, é um assunto incontornável! E isso leva-me a uma reflexão num patamar um pouco diferente.
Refiro-me ao lado pouco estético das praxes. Não, não estou aqui a referir-me a esses pobres coitados obrigados a rastejar na lama, a fazer flexões em roupa interior, lambuzados de excrementos... Esses são as vítimas do sistema. O tempo dirá se irão ultrapassar estas humilhações de forma saudável ou se irão fazer catarse das mesmas nas praxes que irão aplicar (aplicadamente...) no ano seguinte...
Não, não vou falar desses, mas sim daqueles que andam por ali vestidos de corvos antiquados e rabugentos, a ralhar como sargentos de filmes de série B. Já viram bem a falta de gosto daquele traje? Um fatinho preto de corte antiquado, com uma capa tipo Batman. Sinceramente, nem é bonito, nem é vintage, nem é nada! É só feio! Mas é caro, muito caro, e não posso deixar de pensar condoidamente nos pais que fizeram sacrifícios para comprar os tais fatinhos, para eles andarem por aí, salpicados de lama, cerveja ou vomitado!
Eu sei que posso ser um bocadinho suspeita. No meu tempo, só havia praxes e tradição académica em Coimbra, e os alunos universitários de Lisboa olhavam para aquilo como uma coisa um bocadinho provinciana, que não tinha lugar numa capital europeia, moderna, de ideias arejadas. Depois, como uma infeção muito contagiosa, esta coisa das praxes foi alastrando pelo país, ao ritmo a que cresciam as universidades privadas e os politécnicos. E alastrou a todo o país. Infelizmente, perdendo o que tinha de interessante em Coimbra, aprendendo apenas as partes mais fáceis e estúpidas.
Não gosto da ideia, nem dos fatinhos! E ocorre-me uma questão: o que diriam estes meninos universitários se as escolas os obrigassem a usar uniformes? E aposto que os uniformes seriam mais bonitinhos. O que não era difícil!


Comentários

  1. Nunca vestiria uma fatiota daquelas...nem a brincar...

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  2. rrsss Concordo consigo

    E deixo uma pergunta; que diriam as meninas e os meninos das "experiências de vida " e disparates similares se fossem trabalhar para a construção civil, para minas ou limpar casas? Pelo menos seriam , umas experiências de vida bem úteis e que os fariam ter uma maturidade que lhes falta e que desemboca depois em situações mais ou menos trágicas,

    Abraço

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