As mulheres no cinema

Entra o mês de Fevereiro e começamos a falar ainda mais de cinema. Os Óscares estão aí à porta e ouvem-se apostas e defesas ou ataques a este ou àquele filme, a esta interpretação ou àquela banda sonora. Gosto muito de cinema, mas não me vou meter em dissertações destas.
O que eu li, e realmente achei interessante, foram as conclusões de um estudo levado a cabo pelo Centro para os Estudos de Mulheres na Televisão e no Cinema (que eu nem sabia que existia!). Segundo esta pesquisa, as mulheres representam apenas 18% num universo de realizadores, produtores executivos, argumentistas, cineastas e editores. Em Hollywood, dos 250 filmes mais lucrativos em 2012, só 9% foram realizados por mulheres. Segundo a mesma pesquisa, surge um maior número de mulheres na produção de documentários, animações, ou então no cinema independente.
Puxei pela cabeça e, realmente, só me lembrei dos nomes de Kathryn Bigelow e de Sofia Copolla, a assinarem filmes de sucesso. Sou capaz de enumerar imensos realizadores, mas só me consigo lembrar destas duas mulheres no mundo da realização. Também sou capaz de me recordar de muitas atrizes, grandes senhoras do cinema, divas misteriosas, sex-symbols, ou "namoradinhas da América". Mas nos cargos de poder são raras.
Será que as mulheres têm menos imaginação ou capacidade do que os homens? Ou será que, mesmo nas regiões do mundo mais democráticas e igualitárias, há esferas de poder e decisão em que as mulheres têm dificuldade em afirmar-se?


Kathryn Bigelow, a única realizadora a receber um Óscar.

Comentários

  1. Olá Teresa,
    Já há muito que não andavas por estas vidas.

    Pronto, em relação ao post, pois não te sei responder. <não acho que as mulheres tenham menos nada que os homens. Mas a realidade é esta que descreveste. porquê, é como te disse, não sei. Que o papel da mulher, sobretudo na América, ainda não +e bem igual ao homem, isso parece-me evidente.

    Beijinho

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  2. Olá JP

    Pois é, o meu computador tem tido vários problemas e, garanto-te, peripécias que davam para uma telenovela, daquelas mexicanas!

    Quanto aos números que dou no post, também não os sei explicar, mas é uma realidade que não se circunscreve ao cinema, claro!
    Beijinho.

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  3. Em todo o lado, excepto talvez nos países nórdicos as mulheres estão em minoria em todos os lugares de chefia...
    C´est la vie! :-((
    Penso que não só por culpa dos homens mas também...

    Abraço

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    1. Não é culpa dos homens, nem das mulheres, mas do peso de séculos de História... talvez seja isso...
      Bjs

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  4. Pois, também me parece que não seja um problema de falta de capacidade, mas mais de uma liderança masculina a vários níveis de poder e que de algum modo se organiza para destacar e dar relevo principalmente aos trabalhos dos homens. No cinema, mas não só...

    Beijoca

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    1. Olá Teté

      Não sei, parece que a liderança se relaciona com as características masculinas. No cinema, como em muitos outros lados...
      Bjs

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  5. Teresa, que bom lê-la de novo:) Senti a sua ausência, até me preocupei :) Bom, quanto ao tema, não é por falta de capacidade mas muitas vezes por opção... acho. Falo por mim. Temos tantas solicitações, fruto do peso da história e afins, que escolhemos não nos envolver em algumas coisas. Digo eu...Ou canalizamos a energia para outras áreas, conscientemente, muitas vezes.
    Realizadoras : Jane Campion, Mira Nair, Gillian Armstrong, Maria de Medeiros, Margarida Gil (há mais portuguesas), Penny Marshall e outras, muitas, mas menos conhecidas. Bjs

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    1. Fátima, obrigada :)
      Pois, há muitas realizadoras, mas não entre as mais galardoadas ou nos estúdios mais conhecidos. O peso da história, sim, as nossas opções, sem dúvida, alguma dificuldade em abrir caminho em áreas tradicionalmente masculinas, talvez. Penso que este número terá tendência a aumentar.
      Não tenho certezas. Os números estão aí, resta-nos pensar nas causas...
      Bjs

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  6. Miguel Ângelo Fernandes17 de fevereiro de 2013 às 22:46

    Essa é fácil Teresa... os cérebros dos homens e das mulheres processam a linguagem, as informações, as emoções, o conhecimento... de forma diferente... por isso as aulas de engenharia estão cheios de homens... como a estética e as relações humanas são mais apanágio da mulheres...
    A discriminação sexual pode ser em grande medida uma consequência desse facto... e um outro facto pode igualmente ser determinante no destino profissional de homens e mulheres: a maternidade...
    No caso em apreço penso que o "sexo" do cérebro pode ser mais determinante... e nada tem a ver com qualquer fenómeno de discriminação... muito menos nos Estados Unidos da América...

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    1. Achas que é fácil? Não sei, talvez tenhas razão e as raízes de todas essas opções estejam no nosso cérebro e na forma como processamos a informação e as emoções. Ainda falta saber tanta coisa a esse respeito!
      Bj

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  7. Acredito que as oportunidades sejam muito diferentes entre homens e mulheres mesmo nos Estados Unidos....
    xx

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    1. Não sei, acredito que na maior parte dos Estados Unidos da América os direitos e oportunidades sejam iguais. Mas a mentalidade não muda por decreto, não é?

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  8. Em certos campos da actividade humana, a mulher hoje conquistou o lugar que por direito lhe é devido, mesmo em certas actividades que eram supostamente eexercidas só por homens, como as forças armadas, condutoras de camiões, eu sei lá...
    Mas realmente no cinema e principalmente no cinema americano, isso é raro, e é curioso que em Portugal, tal não acontece, pois comparativamente, temos diversas mulheres que são excelentes realizadoras.

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    1. Pois é, mas, se tu reparares, quem é conhecido lá fora e ganha prémios nos festivais são principalmente homens.
      Bjs

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