As notícias e a felicidade

Ontem foi o Dia Internacional da Felicidade. Não dei muito por isso, tive a felicidade de estar a trabalhar durante o dia inteiro. No entanto, vi as notícias que passavam em rodapé na televisão, à noite, e lá estava a passagem para o regime de mobilidade dos milhares de professores com horário zero. Nos transportes públicos, que são uma espécie de veículo da vox populi, ouvem-se as pessoas a fazerem comentários sobre os professores que estão a receber sem trabalharem. Compreendo essas opiniões, são o resultado da pressão demagógica do sistema político, mas são injustas. A maioria desses professores perdeu o seu horário de trabalho devido à reorganização dos currículos escolares, à formação dos mega agrupamentos, ou, pura e simplesmente, à extinção das disciplinas que lecionavam.
I have a dream, disse Martin Luther King. Eu também tive um sonho, pelo qual me bati durante muitos anos: uma escola em que as matérias estruturantes (que não são apenas a matemática e a língua mãe) fossem lecionadas com rigor e exigência; uma escola que abrisse horizontes a todos os alunos, através da disponibilidade de clubes e opções nas áreas artísticas, científicas, de cidadania. Não passou de um sonho.
Sim, no Dia que festeja a Felicidade, foi melhor não ter tido tempo para ouvir notícias!

Comentários

  1. Subscrevo, Teresa:) E também tive a sorte de estar em reuniões, a trabalhar, nem sabia da "efeméride". Que podia dar agora aqui pano para mangas...

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    1. Eu confesso que nem sabia que este dia existia. Mas achei interessante, embora a felicidade desse pano para mangas! Como a infeliciade, aliás...

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  2. Deixa-me dizer, Teresa, que a felicidade nunca é eterna, antes pelo contrário.

    Nos professores já nem sei que dizer. O que andam a fazer aqueles senhores de gravata que acham, ou melhor, que ainda não perceberam que não é assim que se governa o mundo. Que ainda não aprenderam nos livros de História.

    Enfim

    Beijinho

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    1. JP, a felicidade é uma coisa frágil...
      Quanto aos professores, como em relação a tantas outras coisas, um bocadinho de estudo da História fazia tanta falta!
      Bjs

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  3. Este ano o dia da felicidade não foi sentido pela maioria dos portugueses, penso eu.

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    1. Temos de procurar a felicidade nas pequenas coisas. Senão, entramos todos em depressão!

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  4. Este Governo está a conseguir uma coisa muito perigosa: colocar as pessoas umas contra as outras!

    Já não é só contra os emigrantes, já de si uma discriminação, injusta , agora é contra alvos escolhidos a dedo por estes biltres - com a cumplicidade de Cavaco,a múmia!

    Um abraço

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    1. Já há alguns anos que se encarniçam contra os professores. É muito fácil esmagar um grupo, pondo os outros contra!

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  5. Normalmente as pessoas falam sem conhecimento de causa mas também é uma forma de exteriorizarem as suas frustrações!
    Quanto à Felicidade cada pessoa a entende à sua maneira...
    Para ser franca não sei defini-la porque depende de tanta coisa...

    Abraço

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    1. Acho impossível definir a felicidade! Tens razão, cada um a entende à sua maneira. E ainda bem, não é?

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  6. Neste momento notícias e felicidade são duas palavras que não combinam. Quase que se excluem, mutuamente!

    Esse regime de mobilidade também não me cheira a nada de bom ou positivo!

    Beijocas!

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    1. Penso que, na conjuntura atual, o regime de mobilidade é uma espécie de despedimento suave!
      Bjs

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  7. Comungo do sentimento de frustração que perpassa o texto.

    Custa ver como em tão pouco tempo de derruba, sem dó, a Escola Pública. Porque dispensar professores aos milhares não deixa mal apenas os professores e as escolas, deixa mal a população em geral que, da noite para o dia, vê reduzida a serviços mínimos a Educação, suporte de qualquer sociedade, base de qualquer sistema comunitário organizado.
    Já não se pode ser feliz.


    Lídia

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  8. Realmente, não ouvir notícias é meio caminho para a Felicidade, mas quanto ao conceito de Felcidade, é muito relativo...
    Bom fds

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  9. Acho que foi o primeiro ano em que foi comemorado este novo "dia internacional". Já havia poucos...
    Confesso não ligar à quase totalidade deste tipo de dias, pois tornaram-se demasiado vulgares; nos tempos que correm há dias internacionais para tudo e mais alguma coisa. Já chega...

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