E pronto, a Grã-Bretanha lá decidiu abandonar um espaço onde nunca esteve de coração, a União Europeia. Mesmo que não tivesse nenhuma ideia definida sobre o assunto (o que não é o caso), bastar-me-ia ver quem festejou os resultados do referendo inglês para temer pelo nosso futuro coletivo. Começando em Donald Trump e acabando em Marine Le Pen, passando por todos os partidos europeus, pequenos ou grandes, que não partilham dos ideais europeístas. Os extremistas e nacionalistas exultam... e o discurso demagógico vai ganhando terreno. Quando é que já vimos isto?
Há muitas questões em cima da mesa, que vão da economia à situação de regiões como a Escócia, a Irlanda, Gibraltar. Há o pano de fundo do discurso xenófobo ligado à imigração e aos refugiados. Haverá com certeza muitas coisas inesperadas nos próximos tempos. E, de repente, o nosso mundo já não parece o mesmo...
A União Europeia tem estado de costas voltadas para os problemas concretos dos cidadãos europeus. Tenho alguma esperança que este Brexit sirva de despertador para os outros vinte e sete estados e que a União Europeia se fortaleça, em vez de se fragmentar e soçobrar. Em todo o caso, penso que a União, melhor ou pior, lá fará o seu caminho.
Talvez o Reino Unido se desintegre mais depressa do que a União Europeia. E o tal Dia da Independência não passe do canto de cisne do grande Império Britânico!