Entre o fim de ano e o ano novo
Nesta altura do ano, somos bombardeados com programas televisivos que fazem resumos e releituras do ano que finda e se sondam os auspícios para o ano que vai começar. É uma época de balanços, esperanças e intenções. Sonhos que se descartam, ultrapassados ou derrotados. Outros que se iniciam e firmam os primeiros passos. É uma época estranha, quase mágica. Lembrei-me de Carlos Drummond de Andrade. Tinha um conjunto de poemas chamados, bem a propósito, Poemas de Dezembro. Pesa-se o ano que termina com os olhos nos voos que já se vislumbram.   Procuro uma alegria  uma mala vazia  do final de ano  e eis que tenho na mão  - flor do cotidiano -  é vôo de um pássaro  é uma canção.  (Dezembro de 1968) Mas o Poeta também nos deixou uma belíssima Receita de Ano Novo. Para quê procurar afincadamente no mundo à nossa volta o que tem de começar dentro de nós?  Para você ganhar belíssimo Ano Novo  cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,  Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido  ...