Já ninguém morre de amor

Depois de ter lido “Enquanto Salazar dormia”, de que gostei bastante, tinha alguma curiosidade em relação a este último livro de Domingos Amaral. O título pode dar-nos a ideia de uma espécie de romance cor-de-rosa, mas não é assim, não é um texto lamechas.  É um livro bem construído que, de uma forma interessante e atractiva, conta a história de quatro homens da família Palma Lobo, quatro homens de gerações diferentes, unidos por um destino comum, uma tendência para os amores avassaladores e destrutivos. Há imagens excessivas, como excessivos são certos amores: o funeral fictício, o homem enforcado com gatos e cães, o outro que morre a fornicar para exorcisar a imagem da mãe. O romance cruza oceanos, já que encontramos os Palma Lobo nos vários palcos em que encontramos portugueses, entre Portugal, o Brasil e Angola. Mas o romance cruza também o Portugal do século XX, pois a história daquela família vai-se entrelaçando com a história portuguesa, com a evolução e as convulsões do país, tal como acontece com a história de cada um de nós.

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