Postal de Lisboa XX - Os sabores de Lisboa
Uma cidade também se define,
entre outras coisas, pelos seus cheiros e sabores. Por isso, é tão diferente
ver um filme, mesmo panorâmico, mesmo em
3D, ou passear vagarosamente pelos lugares, deixar-se contagiar pelo que têm
para dar, saboreá-los com os cinco sentidos.
Quanto aos sabores, Lisboa é uma
cidade de petiscos. Vejam-se os fins de tarde em qualquer esplanada, ou nessas
tascas recuperadas e subitamente na moda mas que, apesar disso, não perdem o
seu ar um pouco popular e fadista. Não temos o hábito das tapas, como os nossos amigos espanhóis, mas perdemo-nos por um
prato de caracóis!
Mas, ao fim e ao cabo, quais são
os petiscos lisboetas? Fui à procura deles. E cheguei à conclusão de que os
mais famosos e originais são os que resultaram da mistura da necessidade com a
criatividade!
Em primeiro lugar, os peixinhos
da horta! Segundo parece, surgiram na Lisboa medieval, quando, em vez
do peixe ou do camarão, se fritava o feijão verde plantado nas hortas saloias
pelos mouriscos. Depois, as pataniscas: a base é idêntica à dos peixinhos da horta,
também leva farinha, ovo e vinho branco, mas agora o ingrediente que reina são
as aparas do bacalhau. Temos ainda os pastéis de bacalhau, cuja criação é
atribuída aos galegos residentes em Lisboa, ao juntarem ovos batidos às sobras
de batatas e bacalhau.
Depois dos petiscos, a sobremesa,
porque os lisboetas são gulosos, já se sabe. E aqui, não posso deixar de
referir o pastel de nata. Teriam sido os frades jerónimos a criar esta
delícia, em que se recheia um folhado estaladiço com um creme à base de ovos,
açúcar e natas. No início do século XIX, foi criada em Belém a mais célebre
fábrica de pastéis de nata, guardiã do segredo da receita conventual.
Não posso esquecer o Bolo
Rei, criado pela Confeitaria Nacional ainda nos tempos da monarquia, e
sobre o qual já escrevi antes.
Enfim, para acompanhar a
sobremesa, nada como uma ginginha ou um Eduardinho, bebidos
mesmo ao balcão, naquelas tasquinhas da Baixa que lhes contam a história!
Este post foi de deixar água na
boca!
(imagens da net)
Oh, Teresa, só de ler engordei dois kilos!!!
ResponderEliminarUm bom fim de dia, rrss
São, espero que não entres de dieta do meu blogue!
EliminarBjs
Post delicioso mas pouco aconselhável a quem quer manter "a linha". Caracóis passo, o resto... não sobra nada.
ResponderEliminar:)
O post não é pouco aconselhável, os petiscos é que são! E só em excesso! Bjs
EliminarBolas Teresa, Babei-me todo... e agora? Vai uma de Jaquizinhos? 'ntão os caracóis? e os couratos? Seja o que for só mesmo na boa e velha Lisboa. A cidade da Luz.
ResponderEliminarHum! Couratos não! O resto vai tudo, que eu sou muito petisqueira! Bjs
EliminarOntem almocei numa das muitas esplanadas que animam a Duque d'Ávila. Na altura de pagar disse à proprietária, velha conhecida, que folgava muito em saber que este ano também tinham aderido à abertura de esplanada.
ResponderEliminarEla lá me explicou por que razão não o tinham feito ano passado e anunciou-me que, a partir da próxima semana iriam começar a ter também uns petiscos para fim de tarde e noite.
Perguntei que petiscos e, perante a resposta, magiquei um post sobre "petiscos à portuguesa" para o On the rocks que publicarei um destes dias,assim que tenha tempo de passar a ideia para o teclado.
gostei dos seus petiscos salgados. Dos doces, assim assim, mas eu não sou muito doceiro. Como sabe, a minha gula vai para outros manjares.
Eu sei, vai mais para os queijos. E é um excelente gosto!
EliminarBjs
Caracóis, peixinhos da horta, pastéis de bacalhau, pastéis de nata e ginginha, assim num post só? Definitivamente, há posts que engordam só de imaginar tal repasto. E ainda te esqueceste das farturas e churros, sempre presentes nas feiras e festas populares... :)))
ResponderEliminarBeijocas!
Teté, não falei nisso para não abusar do colesterol! Não, a sério, tentei ir buscar só os petiscos originários da cidade de Lisboa. E devo ter-me esquecido de muitos!
EliminarBjs
Cresci num bairro popular, a Ajuda, e lembro-me bem de aos fins de semana ir com o meu pai à tasquinha comer caracóis, cadelinhas ou conquilhas e jaquinzinhos.
ResponderEliminarQue saudades.......
beijinhos
O que é giro é que podes continuar a fazê-lo!
EliminarBjs
Muitas delícias que nao conheço Teresa,por exemplo receitas com caracoís que aqui nao vejo ,pra mim caracoís são sempre os de jardim.rs
ResponderEliminarOs comestíveis seriam os "escargots" aqueles da culinária francesa?conheço outros moluscos que dão bons petiscos também por aqui - a casquinha de siri ,uma delicia brasileira.
Enfim ,frutos do mar tenho restriçoes , muito esporadicamente em alguma reunião de amigos comemos uns caranguejos pra ir nos matando ao descascar rs
Já os pasteís de Belém , esse sim eu amo.Os originais um dia provo por aí ok? e a ginginha deve ser tipo a nossa cachaça- um mal ao bom senso rs e tudo com bacalhau fica irresistível .
E nem parece que andamos de dieta , pra sempre rs
Muito saboroso seu post Teresa
deixo abraços
Lis
EliminarNem sei que te diga dos caracóis! Acho que são os mesmos que tu conheces dos jardins, mas aqui são um petisco muito apreciado!
Quanto ao resto, tens de vir cá provar, claro!
Bjs
Adoro esses peixinhos de horta! Beijos
ResponderEliminarCaracóis é mesmo um petisco...
ResponderEliminarE os pastéis de Belém, estaladiços, mornos e com canela, são mais que isso, são um manjar de deuses.