Os Sonhos
O que é a Esperança? Se calhar é a coragem de olhar para cima, para fora das dores, da depressão. Ter a coragem de sair do desamor, sair de si, sair para a rua, sair para a vida. E lutar pelo direito a ser feliz.
Este post responde a um desafio do blogue Luz de Luma, O Amor aos Pedaços, este mês com o tema Esperança.
Quando
Viv abriu a porta, Mister Nobody e Mister Nowhere adiantaram-se simultaneamente
para a cumprimentar.
-
Bom dia, Viv.
-
Como está, Viv?
-
Eu sou Mr. Nobody.
-
Eu sou Mr. Nowhere.
-
Estamos aqui para lhe sermos úteis…
-
Sim, podemos ser-lhe de grande utilidade.
-
Isto, se nos poder pagar.
-
Mas o pagamento é negociável, é claro.
Viv
olhava surpreendida para os dois homens, enquanto continuava, mecanicamente, a
limpar as mãos ao avental. Não sabia o que pensar de todo aquele arrazoado.
-
Se os senhores vêm vender enciclopédias, ou trens de cozinha a um preço
excepcional, ou conjuntos de atoalhados incrivelmente baratos, ou mesmo uma
nova religião, aviso-vos desde já que não estou interessada.
-
Não, não, de forma alguma.
-
Não é esse o nosso ramo de actividade.
-
Trabalhamos com coisas menos palpáveis, mas mais concretas.
-
Ou menos concretas, mas mais palpáveis.
-
Em todo o caso, assuntos do seu interesse.
Viv
começava a ficar impaciente. Observava os seus dois interlocutores que, a
princípio, lhe tinham parecido idênticos como duas folhas da mesma árvore.
Agora, começava a notar-lhes diferenças, como a expressão maliciosa do homem
que se intitulava Nobody, ou o tique nervoso que levantava o lábio do homem que
se chamava Nowhere. No restante, a semelhança era plena: o mesmo fato escuro de
bom corte, o mesmo penteado um pouco fora de moda, a mesma estatura, a mesma
verbosidade. Faziam lembrar uma nova versão dos simpáticos gémeos Dupont e
Dupond.
-
Muito bem, qual é então a vossa actividade?
-
Realizamos sonhos…
-
…os mais profundos, os mais íntimos…
-
…aqueles sonhos que nunca pensou que se pudessem realizar…
-
…ou mesmo aqueles que nunca teve a coragem de sonhar.
E
miravam Viv com a mesma sorridente tranquilidade que apresentariam se tivessem
simplesmente acabado de declarar que vendiam qualquer produto de consumo
corrente, de aquisição garantida no supermercado mais próximo. Viv não sabia o
que pensar. Os dois homenzinhos pareciam tão inofensivos, quase cómicos! Talvez
fossem doentes mentais, fugidos do manicómio. Engraçada, no entanto, essa ideia
de realizar os sonhos; era pena que não pudesse ser verdade. E Viv suspirou,
olhando de soslaio a cozinha, onde os pratos do almoço ainda se empilhavam,
dentro do lava-loiça. Mr. Nowhere olhou também, Mr. Nobody executou. Pratos e
copos, tachos e panelas, talheres e panos da loiça, voaram pelo ar, até se
recolherem, misteriosamente limpos, às suas prateleiras habituais.
Viv
deixou-se cair numa cadeira, estarrecida de espanto.
-
Mas quem são os senhores, afinal? Como é que fizeram isso?
Mr.
Nobody e Mr. Nowhere não pareceram preocupados em responder. Em vez disso,
encaminharam-se para a sala, como convidados largamente familiarizados com a
disposição da casa, e instalaram-se com grande à-vontade num sofá. Viv
seguiu-os, incapaz de articular uma palavra.
-
É o seu marido?
Uma
moldura, colocada na mesinha de canto, viera inexplicavelmente parar à mão de
Mr. Nobody, que a observava com atenção. Mostrava um homem ainda novo, de
bigode e cabelo encaracolado, o corpo vigoroso enfiado num fato de treino, o pé
direito apoiado numa bola de futebol. Um ar de saúde e de satisfação própria
desprendia-se da fotografia.
-
É, sim – balbuciou Viv. Ele gosta muito de desporto.
-
E a Viv, de que é que gosta?
Assim,
de repente, Viv não conseguiu responder. Já não se lembrava de pensar nos seus
próprios desejos, nos seus gostos e anseios. Fazendo uma rápida retrospectiva
dos últimos anos, Viv só conseguiu recordar-se de cestos de roupa para engomar,
do almoço e do jantar feitos para horas certas e comidos em silêncio frente à
televisão, dos passeios ao domingo, do sexo feito sem vontade nem paixão.
Resolveu não responder. Estes dois estranhos não tinham o direito de pretender
penetrar na sua vida privada.
Mr.
Nowhere e Mr. Nobody esperavam, pacientes. Vendo que Viv se mantinha calada,
recomeçaram a falar, desencantando suavemente do seu passado sensações e
anseios há muito enterrados.
-
É pena que o seu marido não tenha querido ter filhos…
Viv
interrompeu, explicando apressadamente que ele queria, mas não para já, achava
que ainda era cedo, era melhor esperarem até terem uma situação económica mais
desafogada. Mas os dois estranhos personagens pareciam não a ouvir, e
continuavam a falar, sem alterarem o tom de voz.
-
… como é pena que nunca tenha permitido que a Viv se empregasse…
-
O lugar da mulher é no lar…
-
Quero-te só para mim, e outras coisas do género.
-
Muito comuns, estas situações.
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Sim, embora menos do que no passado.
-
Mas continuam a aparecer-nos com alguma frequência.
-
É verdade, infelizmente.
-
Mesmo quando trabalham fora de casa…
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… não têm liberdade para tomar decisões.
-
Que foi feito do seu violino?
-
Deixou-o em casa dos seus pais, não foi?
-
O seu marido achava o som irritante…
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…achou que não valia a pena enervá-lo…
-
…assim como assim, a sua vida ia mudar…
-
…já não precisava mais do violino, em suma.
-
Grande erro!
-
É sempre um engano pensar que podemos prescindir das coisas de que gostamos…
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…das pequenas coisas que nos fazem felizes…
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…mesmo que sejam pueris…
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…ou até ridículas aos olhos das outras pessoas!
-
Ninguém dava nada pelo seu futuro como violinista.
-
Nem o seu professor de violino!
-
Mas a Viv gostava de tocar…
-
…gostava de se imaginar no palco, aplaudida por uma plateia entusiástica e
extasiada.
-
Enquanto tocava, habitava num mundo só seu…
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…e era feliz.
-
Nunca devemos abrir mão dos pequenos nadas que nos fazem felizes.
-
O resto…
-
…o que se espera da vida…
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…às vezes, é mais imaginário ainda.
-
E os seus desenhos, Viv?
-
Porque é que nunca os mostrou a ninguém?
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Nem à sua mãe…
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…nem ao seu marido…
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…a ninguém.
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Mas os seus desenhos eram bons.
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Cores escolhidas com sensibilidade…
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…um traço muito personalizado…
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…grande imaginação.
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Os seus desenhos eram bons e a Viv sabia isso.
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Até pensou em ir para Belas-Artes.
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Mas desistiu de realizar esse sonho…
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…enterrou-o.
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Com o violino.
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Negociou-o por uma marcha nupcial.
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Trocou-o pela arte culinária…
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…pelas meias para coser…
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…pelas camisas para engomar.
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Talvez o seu marido gostasse dos seus desenhos!
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Intimamente, a Viv sabia que não era essa a vida que ele tinha decidido para
si…
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…por si.
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Sabia que isso os levaria a conflitos.
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Preferiu evitá-los…
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…desistiu…
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…ainda antes de tentar.
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Sabia que talvez acabasse por ter de fazer opções.
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Não tinha coragem para as fazer…
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Nem mesmo para as imaginar.
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Recolheu-se à vida que ele criou para si.
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Escondeu-se dele…
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…e de si própria.
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Estamos aqui para lhe oferecer essas opções.
-
A opção do sonho…
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…da vida …do risco…
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…do sucesso…
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…ou do fracasso.
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A opção é sua, agora.
-
O preço é razoável.
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Uma parte de remorso…
-
…uma parte de solidão…
-
…um pouco de coragem.
-
Demore o tempo que quiser. Estamos à sua disposição.
-
Sim, não temos pressa.
As
ideias chocavam-se, numa mistura confusa, dentro da cabeça que Viv apertava com
as mãos. Ouvira os dois homens como se as suas palavras viessem de outra
dimensão, para lá da realidade, transportando consigo emoções e imagens já tão
antigas, esbatidas pelo passar do tempo e que agora, chamadas pelas suas vozes,
voltavam fortes e urgentes. A sua sensibilidade tinha a percepção do que eles
lhe propunham, embora não o entendesse claramente. Tudo o que sempre tinha
desejado ressurgia agora, num contraste claro e chocante com o quotidiano
monótono dos últimos anos. Mas a proposta daqueles homens era tão estranha como
eles. Comportava riscos, insegurança, representava um salto no desconhecido.
Viv nunca tinha arriscado nada na vida. A sua vida de insatisfações e
frustrações recalcadas era-o, via-o agora com toda a nitidez, o preço que
pagara pela segurança, pela recusa dos riscos. Talvez estivesse na hora de
pagar outro preço.
Levantou
a cabeça, olhou para os dois homens que esperavam, tranquilos. Quis explicar
muitas coisas, com eles podia falar, eles sabiam coisas que ela própria já
havia esquecido, mas só conseguiu dizer baixinho: “Sim”.
Mr.
Nowhere fez um gesto decidido com a mão, enquanto Mr. Nobody pestanejava.
Depois, cumprimentaram-se, como dois adversários de pois de um jogo de ténis.
Levantaram-se simultaneamente, adiantando-se ambos para Viv com um aceno de
despedida.
-
Adeus, Viv.
-
E não pense mais em nós.
-
Hoje, a Viv não falou com ninguém… - disse Mr. Nobody.
-
…em lado nenhum. – completou Mr. Nowhere.
Viv
acompanhou-os educadamente até à porta. Ainda estava atordoada. No quintal, ao
lado da tangerineira, avistou uma estátua num pequeno pedestal: representava um
homem vigoroso, de bigode e cabelo encaracolado, o fato de treino e a bola de
futebol a darem o toque desportivo. Quando se aproximou da estátua, o último
sopro de vida desaparecia ainda dos olhos que, gradualmente, se transformavam
em órbitas de gesso, vazias de sentido.
As
figuras de Mr. Nobody e Mr. Nowhere também já começavam a desvanecer-se, como
imagens de fotografias antigas que, a pouco e pouco, vão perdendo o brilho e a
nitidez dos contornos. As suas vozes eram cada vez mais sumidas.
-
Faz parte do preço, Viv.
-
Só a Viv o vai ver… todos os dias…
-
…aí, no seu quintal.
-
Seja feliz, Viv.
As
duas imagens desapareceram por completo.
Viv
ainda ficou uns minutos parada no quintal, esforçando-se por assimilar tudo o
que acontecera nessa tarde. Depois, deu por si a admirar o pôr do sol. Então,
com passos decididos, dirigiu-se para casa, acabando de tirar o avental e
fazendo planos de liberdade. Ainda havia esperança.
Que bonito...
ResponderEliminarE que maravilhosa mensagem final: "ainda havia esperança".
LINDO conto e que bom que ela ainda não a perdera...Havia muito pela frente! beijos,chica
ResponderEliminarA esperança é um dos sentimentos mais nobre que existe. Também participo desta blogagem coletiva.
ResponderEliminarBig Beijos
Que a esperança frutifique!
ResponderEliminarUm abraço
Grande texto, Teresa! Nos dois sentidos, mas muito bom!!! :)))
ResponderEliminarE, ao mesmo tempo que o ia lendo, perpassavam as imagens dos gémeos Dupond e Dupont, da Samantha a torcer o nariz no "Casei com uma feiticeira", do Grilo Falante no "Pinóquio"... :)
Beijocas e adorei!
A esperança só morre se a deixarmos morrer. Há que a regar diariamente, mas muitas vezes, por preguiça ou por desleixo esquecemo-nos e vamo-nos afundando na indiferença e resignação.
ResponderEliminarMais um excelente texto, Teresa.
Ui... até me arrepiei... Tem qualquer coisa de muito assustador, a ideia de concretização plena de um sonho e de esperança renovada, como uma vertigem. =)
ResponderEliminarOlá,
ResponderEliminar"O que me importa o tempo e o espaço,
Se trilhei caminhos orvalhados
Em busca do calor do teu abraço?"
(Auxiliadora)
Muitas vezes temos, forçosamente, que prescindir do que mais amamos... e temos que aguentar firmes e esperançosos... é a vida!!! Com suas surpreendentes questões que fogem da nossa razão... mas não podemos perder o deslumbre do por do sol jamais!!!
Concedei-lhe, ó Deus, prodigamente, o ORVALHO DO CÉU...
Até o próximo mês, se Deus quiser!!!
Abraços esperançosos de paz
"Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo
imperdível, ainda que se apresentem dezenas
de fatores a demonstrarem o contrário."
Fernando Pessoa.
Oi Teresa,
ResponderEliminar«...não falou com ninguém...em lado nenhum...» Mr.Nobody e Mr.Nowhere :)
5 estrelas seu conto. Muito ritmado. De fato lembra, Dupond et Dupont (de Tintim) ou Tweedledum e Tweedledee (de Alice no Pais das Maravilhas).
Genial. Adorei.
Ainda há esperança!!
Rute
Não creio!! Transformou o marido em estátua?
ResponderEliminarMuito bem, livrou-se de um tirano!! Ah, ainda bem que esses "mágicos" existem apenas na ficção, pois teríamos cidades enfeitadas com muitas estátuas de jardins (rs*)
Obrigada por participar, Teresa!! O texto mesmo reflexivo foi bastante divertido!
Beijus,
Dentro em breve, vou restringir o meu blogue a convidados, pelo que peço aos meus seguidores habituais que me enviem para o seguinte endereço rjcr61@gmail.com o vosso e-mail, para que vos possa inserir na lista de convidados/leitores. De seguida, confirmarei convosco, através dos vossos blogues, se o e-mail que me enviaram é efetivamente o vosso. Os motivos são pessoais, pelo que peço que entendam.
ResponderEliminarObrigado e peço esta esta for
Pois é, desta vez abusei da paciência dos meus amigos, com um texto enorme. Mas foi saindo assim, meio surrelista. Enfim, não são os nossos sonhos meio surrealistas também, muitas vezes? Importante é conseguirmos pô-los em prática!
ResponderEliminarBjs
«- A opção é sua, agora.
ResponderEliminar- O preço é razoável.
- Uma parte de remorso…
- …uma parte de solidão…
- …um pouco de coragem.
- Demore o tempo que quiser. Estamos à sua disposição.»
Na "vida real" nós somos as 3 personagens, temos que fazer a proposta a nós próprios e depois aceitá-la ou recusá-la... Gostei muito do texto! :)
bjs
Adoro ler-te, como já disse. Este mini-conto é intenso e a tua escrita é impressionante! Fazes-me sentir tudo o que escreves. Tudo. Mesmo tudo!!! E li-o com avidez, como sempre!
ResponderEliminarBeijos