Castelos no Ar
(Castelo de Beja, com a sua bela Torre de Menagem)
Gosto de Castelos.
Há quem diga que eu passo a vida a fazer castelos no ar, a cabeça nas nuvens, envolta em sonhos e planos mais ou menos realizáveis. Mas, quando escrevi “gosto de castelos”, referia-me mesmo aos castelos de pedra e madeira, a esses símbolos de outras épocas, aos quais já quase nem prestamos atenção, de tão vulgares que são na nossa paisagem. Por isso, o nosso humorista Herman José, quando se referia a uma povoação portuguesa, acrescentava sempre “…com o seu castelo altaneiro!”
Portugal tem, realmente, uma densidade enorme destes monumentos, das maiores da Europa. O que diz bem da nossa situação de fronteira, de territórios permanentemente ameaçados, ou em disputa. No sul do nosso país, lembram-nos a instável linha de fronteira com o Al-Andaluz muçulmano; na zona da raia, a necessidade de defesa em relação ao poderoso inimigo castelhano. Todos juntos, ajudam a perceber porque é que Portugal é o país com fronteiras definidas mais antigas da Europa.
Alguém sabe quantos castelos existem em Portugal? As respostas iriam seguramente variar, até porque algumas fontes incluem na sua enumeração castelos que se sabe terem existido, mas dos quais não sobrou nenhum vestígio.
As muralhas defensivas, geralmente à volta de núcleos urbanos, são já muito antigas. Mas os castelos, tal como os conhecemos, datam geralmente de um período não anterior ao século IX, e quase sempre sofreram, ao longo do tempo, alterações e melhoramentos que lhes mudaram um tanto a fisionomia, sem lhes alterarem, no entanto, o essencial: a capacidade de defesa. No meio dos campos, ou dominando a cidade, o castelo era um símbolo da autoridade do senhor, mas também significava a defesa e a protecção da população em caso de ataque.
Hoje, os castelos e as fortalezas são uma parte importante do nosso património construído. Alguns, estão bem estimados e recuperados, albergando serviços educativos ou ligados, de alguma forma, à História ou ao Património. Outros, nem tanto: bem precisavam de uma intervenção que os mantivesse vivos e os valorizasse, até em termos turísticos.
Uma visita a um castelo, pelo que as suas pedras evocam e pelo que de lá a vista alcança, é um projecto que vale sempre a pena realizar. É a minha sugestão para os passeios de fim-de-semana do ano que aí vem.
(Fotografia de FAires)
Teresa,
ResponderEliminarAdoro Castelos! É algo em comum que comigo começou há muito tempo pelo Castelo de Castro Laboreiro: um dos que pouco mais é do que um vestígio.
Como não há amor como o primeiro, muito embora conheça muitos castelos, aquele, será sempre o meu "Castelo altaneiro"!
Caríssima Castelã:
Um bom resto de Natal
César
Gosto, de uma maneira geral, de castelos, mas ainda mais gosto de povoações muradas, ou seja rodeadas de muralhas, mesmo que algo destruídas. E adoro as portas existentes nessas muralhas que nos introduzem nas povoações.
ResponderEliminarTalvez por ser perto da minha terra, talvez porque gosto muito das casas que estão cercadas pelas muralhas, talvez porque o tempo parou por ali, saliento Sortelha e o seu Castelo.
O Castelo de São Jorge é um ponto turístico que ninguém pode deixar de visitar quando for a Lisboa, não é mesmo? Não conheço outra vista melhor da cidade. Penso que é um castelo no qual visitamos mesmo somente a sua parte externa, justamente devido à vista maravilhosa que nos oferece, estou certa? Teresa, tenho um novo blog, no qual apenas estou publicando minhas fotos e publiquei algumas de Portugal. Se quiser ver, é o "Assim vejo o mundo". Um grande abraço!
ResponderEliminarCésar
ResponderEliminarÉ engraçado falar do Castelo de Castro Laboreiro. Visitei-o há alguns anos, a propósito de uma exposição de cães da raça Castro Laboreiro que lá decorria. Não sei se gostei mais do castelo se dos cães!...
Bjs
Pinguim
ResponderEliminarSortelha é um caso exemplar e fantástico de preservação patrimonial no nosso país. Sempre uma boa sugestão.
Bjs
Sueli
ResponderEliminarO Castelo de São Jorge é o meu castelo, da minha cidade. Tem toda a razão, a vista sobre Lisboa e o rio é de tirar a respiração.
Vou visitar o seu novo blogue, com certeza.
Muitos beijinhos.