Os músicos de rua

Não tenho por hábito dar dinheiro aos cidadãos de qualquer nacionalidade que me solicitam, pela rua, sejam deficientes ou vendedores do Borda d'Água. Mas abro uma gostosa exceção para os músicos de rua.
No verão proliferam pelas nossas ruas e praças, aproveitando o afluxo de turistas. São muitos, alguns de qualidade duvidosa. Gosto de os observar. Alguns ficam tão absorvidos pela música que tocam, que nem reparam nas pessoas que passam. Outros são verdadeiros "entertainers", que intercalam a música com piadas e interagem com o público.
No inverno são menos, talvez a qualidade geral seja mais uniforme. Mas todos, desde o virtuoso do violino até ao batedor de congas, passando por todos os géneros de guitarristas, dão algo de indefinível e inigualável à cidade. Dão-lhe ambiente.
Alguém já se deparou com um solo plangente de saxofone, ao dobrar uma esquina, num fim de tarde húmido de inverno? Então, sabe do que eu falo.
Por isso, dou-lhes sempre uma moeda. Não é um pagamento, e ainda menos uma esmola. É antes um agradecimento.


(Fotografia de Teresa Diniz)

Comentários

  1. Lindo e esse teu gesto valoriza o que eles fazem e tantos passam, na corrida, ou porque não querem, ou porque não percebem mesmo.Ficam indiferentes!! beijos,linda semana,chica

    ResponderEliminar
  2. É curioso que aos tocadores também dou sempre. Mas também dou aos que por outros motivos me deixam tirar uma foto, como por exemplo os estátuas ou outros. Aí é mais como que um pagamento.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. No fundo, são artistas, não fazemos nada de mais em dar alguma coisa pela sua atuação. Também acho piada às estátuas vivas, há algumas muito criativas.

      Eliminar
  3. Perfeitamente de acordo.
    Não basta ter bom ouvido para a música. A sensibilidade também é necessária, tanto por parte dos músicos que nos tocam... como nossa também.
    :)

    ResponderEliminar
  4. Dar dinheiro nunca foi bem a minha opção seja em que circunstância seja.

    Um abraço

    ResponderEliminar
  5. Ainda no outro dia, no Chiado, ouvi um acordeão a tocar a música da Amélie. Segui o som até encontrar o artista, a quem deixei uma moeda. Sim, dar por vontade própria tudo bem, só não gosto que pedinchem! Beijoca!

    ResponderEliminar
  6. Encontram-se muitos pela cidade, sobretudo no Chiado e no miradouro de S. Pedro de Alcântara, parece-me que até estou a conhecer o cão preto que acompanha um desses músicos! :-))
    Mas eu nunca deixo de comprar a Cais e o Borda D´Água...

    Abraço

    ResponderEliminar
  7. eu costumava ficar tempos infindos na Rua Direita, em Casacais, a ouvir um grupo peruano que lá parava. Há muito tempo que não os vejo por lá. Talvez a crise os tenha obrigado a demandar outros lugares...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É verdade, também havia um grupo peruano que costumava atuar no Rossio. Nunca mais lá os vi!

      Eliminar
  8. Miguel Ângelo Fernandes28 de agosto de 2012 às 23:20

    E os dançarinos de tango? E os malabaristas? Todos eles são património da cidade, acho eu... E sobre homens estátua... que tal aquele que parece suspenso no éter?... espectacular são os preparativos para o pendurar... para não revelarem o segredo, a "instalação" é preparada a dois, debaixo de dois lençóis amarrados um ao outro... o resultado final é o fascínio dos mais pequenos... e a admiração de adultos... fascina-me discorrer sobre o que existe naquelas vidas para lá da performance...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Tens razão, todos são extraordinários. Criam animação na cidade, fazem-nos parar de espanto, numa esquina ou numa praça... E também gosto de pensar no que há por trás daquelas máscaras...

      Eliminar
  9. São muito interessantes sim,Teresa.Também gosto de admirá-los.
    Faz tempo que não me deparo com 'os cantantes'.
    Tem sido mais frequentes as 'estátuas vivas' que estão por todas praças,algumas surpreendentes pela competência em permanecerem imóveis por longo tempo.
    Artistas da rua , merecem respeito e atenção.Eu os admiro, confesso que nem sempre dou as famosas moedinhas por simples falta de hábito.
    E bem merecem, como disse por agradecimento que seja!
    abraços a Teresa.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Também aprecio todos os artistas de rua. Seja lá pelo que for, animam a cidade! Bjs

      Eliminar
  10. Eu dou sempre que algum me toca especialmente... ainda há pouco tempo era um senhor que tocava perto da porta da livraria Lello, no Porto. São um momento bonito e melodioso no nosso dia... merecem. =)

    ResponderEliminar
  11. Devo ser uma sovina, que com tanto peditório só dou para o banco alimentar... ;)

    Beijocas!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não és sovina, fazes uma seleção diferente dos teus interesses.
      Beijinho.

      Eliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

A Figueira da Foz e Jorge de Sena

Cigarros, chocolates e cigarros de chocolate

Sapos e outras superstições