Fui convidada para fazer uma comunicação sobre (imaginem!) O Gato na História. No meio das minhas pesquisas na internet por umas fotografias engraçadas de gatos para embelezar a apresentação, encontrei esta imagem.
Achei muito interessante e fiquei a pensar no que ela significa. Hoje em dia, somos massacrados pelo peso da imagem. Vivemos no império da aparência, em que a pergunta omnipresente parece ser: o que pensam os outros de mim? Segundo os estudos que estão sempre a enfiar-nos nos ouvidos, a imagem condiciona o sucesso profissional, a selecção do parceiro sexual, a vida social, e por aí fora.
Mas há outra pergunta tão ou mais importante do que essa: o que é que eu penso de mim próprio? Que imagem é que eu tenho de mim? Quando, de manhã, me levanto e me olho no espelho, o que é que eu vejo (além de alguém com ar obrigatoriamente estremunhado)? Vejo um vencedor ou um vencido? Tenho confiança nas minhas capacidades? Acho que consigo ultrapassar os desafios que cada dia traz?
Essa confiança em si próprio chama-se auto-estima e é um ingrediente fundamental das nossas iniciativas e sucessos. Lembro-me de uma aluna que tive que achava que não era capaz de fazer análise documental, mesmo em exercícios simples. Precisava que eu fosse ao pé dela e lhe dissesse: "Eu sei que tu és capaz!" E ela lá ía fazendo. Um dia, distraída com as dificuldades dos outros alunos, não cheguei à mesa onde ela esperava por mim. Ao fim de um bocado, a minha aluna levantou-se, veio ao pé de mim e disse: "Ainda não me foi dizer que eu era capaz!" E eu nunca mais me esqueci dela.
Não devíamos precisar que os outros nos dissessem de que é que somos capazes. Devíamos ter força para tentar sempre fazer melhor. Na nossa sociedade actual, os que nos rodeiam estão mais prontos a criticar do que a aplaudir, a menosprezar do que a incentivar. O que fazer, então?
O melhor é mesmo olhar para o espelho e procurar o leão que há dentro de cada um de nós.