sábado, 25 de julho de 2009
Férias, finalmente!
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Porque você tem um blogue?

- A evasão do dia-a-dia. Todos os dias me distraía a pensar no que ia escrever no blogue, todos os dias encontrava coisas diferentes e interessantes sobre as quais escrever.
- O enriquecimento humano. Encontrei pessoas fascinantes, que gostavam das mesmas coisas que eu, ou com as quais tinha coisas em comum, e que enriqueceram e continuam a enriquecer os meus dias. Há blogues que eu sigo diariamente, com muita ternura e amizade.
- Um pretexto para escrever. Sempre gostei de escrever. A minha vida sempre girou muito à volta da escrita e dos livros. Mas, muitas vezes, pensava: para quê escrever? Para arquivar numa pasta do computador? Para guardar na gaveta? O blogue deu-me outra razão: para partilhar. Para ler e dar a ler.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
As Cinzas de Angela

segunda-feira, 20 de julho de 2009
Há 40 anos, o Homem na Lua
Lembro-me bem. Eu e a minha irmã, pasmadas, de olhos pregados na televisão. No pequeno ecrã preto e branco passavam imagens estranhas, que pareciam saídas de um filme fantástico. A minha tia-avó mais nova dizia: “Se eu alguma vez imaginei ver isto!” E a minha tia-avó mais velha resmungava: “Isto é tudo mentira, como é que o Homem pode ir à Lua?” E nós as duas, de olhos pregados na televisão.
Nós e mais uns quantos milhões de pessoas à volta do mundo. Faz hoje 40 anos que o Homem pisou a Lua pela primeira vez. E, numa época de confrontos e guerra fria, só a China escolheu ignorar totalmente o acontecimento. A quase totalidade dos países do mundo seguiu com entusiasmo e assombro o feito pioneiro dos astronautas americanos. A própria União Soviética, rival dos americanos na corrida ao espaço, faz grandes reportagens consagradas à missão Apollo e Podgorny, presidente do Soviete Supremo, presta homenagem aos três astronautas.
O lançamento da nave Apollo 11 tinha atraído milhares de pessoas para a Flórida. Muitos são convidados, altos dignitários americanos e de outros países. Cinquenta e cinco países, entre eles três da Cortina de Ferro, enviaram representantes. Todos os países da Europa ocidental estão representados, excepto Portugal.
A missão da nave Apollo 11 representava o culminar de uma corrida ao espaço que se tinha iniciado em 1957, quando os soviéticos lançaram o primeiro satélite Sputnik para o espaço. Logo no ano seguinte, os Estados Unidos da América criaram a NASA, a agência espacial americana, e procuram acompanhar ou ultrapassar a União Soviética na exploração do espaço. Mas o primeiro homem a orbitar a Terra é soviético, Yuri Gagarine. E a primeira mulher também, Valentina Terechkova, símbolo de um século que trouxe a igualdade de oportunidades às mulheres, pelo menos numa parte do mundo. Quando os astronautas Armstrong e Aldrin passeiam no Mar da Tranquilidade lunar e aí colocam uma bandeira americana, esse acto é o símbolo de uma vitória nesse teatro de guerra tão particular que era a exploração espacial.
Mas para mim e para a minha irmã, que naquele dia estávamos presas ao ecrã da televisão e aos passos lentos e leves daqueles estranhos homens de escafandro, como para os outros milhões de pessoas que assistiam àquele acontecimento pelo mundo fora, e que nada sabíamos de política, era a demonstração da capacidade humana que ali estava, o querer e o sonho transformados em acto. E todos sentíamos que era realmente, como se ouvia na transmissão televisiva, “um passo gigante para a Humanidade”.
Aldrin fotografado por Armstrong (que se vê reflectido na viseira do capacete) no mar da Tranquilidade, em Julho de 1969. Entretanto, o terceiro astronauta, Collins, faz a órbita da Lua. (Fotografia do Google)
domingo, 19 de julho de 2009
A beleza das placas toponímicas
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Cinco momentos para passar em câmara lenta
- O dia em que o meu filho nasceu. Depois de tanto tempo a tentar e a falhar, finalmente tinha o meu filho nos braços. Foi o dia mais feliz da minha vida.
- O momento em que colocaram a minha filha recém-nascida sobre o meu peito e, ao olhá-la, tive um ataque de amor e protecção leonina que durará para sempre.
- A primeira viagem de que me recordo. Tinha seis anos e viajava pelas ilhas dos Açores. Ao chegar ao Corvo, o barquinho em que vinhamos a terra atravessou um mar vermelho do sangue da baleia acabada de apanhar e as pessoas, sérias e de fato domingueiro, esperavam as notícias do vapor. As impressões dessa viagem marcaram para sempre a minha alma andarilha.
- A primeira vez que ouvi a frase "Gosto de ti". Estava sentada na pastelaria ao pé do liceu e as mãos apertavam nervosamente o copo de coca-cola.
- O momento em que festejei os meus cinquenta anos de vida, ao lado do meu companheiro de há mais de vinte. Foi o momento de reequacionar a minha vida e achei que tinha valido a pena e continuava a valer!
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Comunicação
Parque das Nações, duas horas da tarde. Como tantas vezes acontece, aproveito um tempinho livre para passear um pouco ao longo do rio. Sento-me no meu recanto preferido, perto do Lago das Tágides, debaixo de uma grande buganvília carregada de flores de um rosa vivo.
Está uma rapariga sentada num banco ao lado do meu. Parece nervosa, fala ao telemóvel (foi o que me chamou a atenção, ela parece estar alheada do mundo, sem se preocupar se alguém ouve a sua conversa, o que é completamente comum hoje em dia! – somos constantemente bombardeados pelas conversas de toda a gente). Deve falar com uma amiga, diz que “ele é insensível, podia ter vindo comigo, em vez disso estou aqui sozinha!” Depois de desligar, volta a pegar no telemóvel vezes sem conta, olha, mexe nas teclas, abre e fecha a tampa, depois pega num cigarro, acende-o, olha para um lado e para outro.
Eu olho em frente e sinto-me serena. O rio está ali, sempre igual e sempre diferente. De repente, o espanto dentro de mim: um peixe salta na água, volta a saltar, três, quatro vezes, uma imagem de alegria e vitalidade. Olho para a rapariga pelo canto do olho: continua nervosamente a mexer no telemóvel. Tenho vontade de lhe dizer: “Pára! Olha à volta, deixa o mundo entrar!” Continuo a olhar para o peixe, uma faixa prateada a saltar na água, indiferente às gaivotas!
Todas estas reflexões se passam entre mim e os meus botões, como se dizia antigamente, já que esta ideia de que nunca podemos estar sozinhos, nem mesmo a pensar, já não é nova: pelo menos os botões têm de lá estar! E dou comigo a pensar que somos mesmo seres gregários! E como a comunicação é importante para a nossa espécie! E como a Tertúlia Virtual nos vai fazer falta.
(Fotografia de Tony Maroussis)
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Postal de Lisboa VII - O Cais das Colunas
domingo, 12 de julho de 2009
O Dia Mundial contra o Trabalho Infantil e Miguel Torga

sexta-feira, 10 de julho de 2009
Lagarinhos
(Este texto integra-se na blogagem colectiva “As Férias na minha Terra” proposta pela Susana, do blogue “Aldeia da Minha Vida”)
Por vezes, durante alguns dias, troco o estuário do Tejo pela paisagem serrana desta aldeia da Beira Alta, berço de alguns familiares do meu marido. Não seria capaz de viver aqui, sou demasiado urbana. No entanto, gosto da pureza ingénua da aldeia. Gosto de acordar com o som do sino da igreja. Gosto de abrir a janela de manhã e ver os cumes da Serra da Estrela, coroados de neve, ou de nuvens, ou banhados de sol. Gosto das casas de granito, sólidas, sérias, fiáveis. Gosto do forno comunitário da aldeia, onde a prima Rosita ainda sabe cozer pão e bôlas de carne. Na Primavera, gosto dos campos e encostas polvilhados com os tufos de florinhas brancas da urze, como uma neve tardia. Gosto dos cães da serra. Gosto dos caminhos ladeados de pinheiros e delimitados por pedras centenárias.
Lagarinhos / Abril 2009 (Foto de Fernando Ferreira)
E, imperdível mesmo, gosto do arroz de carqueja e da feijoada à moda dos pastores da Serra da Estrela do restaurante “O Júlio”, em Gouveia, que por acaso não me paga a publicidade!
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Leonard Cohen, I'm your fan!
terça-feira, 7 de julho de 2009
O Cerco a Jerusalém
Um blogue de cara lavada
segunda-feira, 6 de julho de 2009
O Humor Britânico
Confesso que, se há característica de que eu gosto nos ingleses é precisamente esse tipo de humor que encontramos na situação mais inesperada. Um humor sarcástico, feito de trocadilhos e de alusões a pessoas ou situações reconhecíveis. Um humor irresistível. Recordo várias situações: um artista de rua em Bath; um mágico de rua em Covent Garden; um beefeater que nos orientou numa visita guiada na Torre de Londres e nos fez chorar a rir com as descrições das prisões e execuções; mas, acima de todos eles, o guia do nosso passeio no rio Tamisa.
Estávamos no verão de 2006 e passeava com a família por Londres. Do cais de Westminster, olhávamos os barcos que sobem e descem o Tamisa e, como qualquer turista, decidimos fazer a viagem. Havia várias hipóteses: a maioria dos barcos ía só até às portas do Tamisa (como chamam às comportas que controlam o caudal do rio) mas nós resolvemos ir até Greenwich. Logo que passámos as bilheteiras e vimos o barco, ficámos desmoralizados: era o barco mais velho que estava no cais, com uma pequena zona coberta e bancos de madeira, corridos, no exterior. Caía uma chuvinha intermitente, a que já nos estávamos a habituar, e preparámo-nos para a viagem. Logo que o barco largou do cais, ouviu-se uma voz ao microfone a dar-nos as boas-vindas, e a explicar que não era guia profissional, mas ía tentar dar-nos umas dicas sobre o que íamos vendo. E, realmente, ele falou de tudo um pouco: tinha uma história para cada ponte, para cada monumento; cada ponto do percurso dava origem a uma piada. Tinha uma graça natural e todos no barco riam com gosto. Víamos passar por nós os belos barcos que subiam o Tamisa, com todos os passageiros sérios, a olhar obedientemente para a direita e para a esquerda, e já ninguém tinha pena ou quereria trocar.
Chegados a Greenwich, saímos do barco e fizemos tudo a que tínhamos direito: vimos o veleiro Cutty Sark, que na altura ainda não tinha ardido, apreciámos a Queen’s House e o Royal Naval College, visitámos o Real Observatório Astronómico, tirámos fotografias com um pé em cada hemisfério terrestre. Chegada a hora de regressar a Londres, procurámos o velho barco, já não queríamos outro. À entrada, o nosso guia foi avisando: “Preparem-se para uma viagem completamente diferente: tudo o que viram do lado direito, está agora do lado esquerdo, e vice-versa!” Não sei como, mas ele continuava a ter reportório, as histórias e piadas sucediam-se. Rimos novamente até Westminster. Antes de sairmos, ainda teve tempo de avisar: “Podem contribuir com algumas moedas para o meu bem-estar. Se não quiserem dar nada, não são obrigados, mas lembrem-se que sou eu que vos ajudo a sair do barco!”
domingo, 5 de julho de 2009
Crónicas de uma pequena ilha
Para mim, que gosto de ler e de viajar, há um género de literatura absolutamente irresistível: a literatura de viagens. Passei pelo Bruce Chatwin – Na Patagónia ainda é um dos livros da minha vida – e confesso que o Gonçalo Cadilhe é o meu herói secreto: ele faz o que eu gostaria de fazer na vida, viajar e escrever sobre isso!

Descobri há pouco tempo outro “narrador de viagens” muito agradável. Chama-se Bill Bryson, e é um americano que viveu vários anos na Grã-Bretanha, trabalhando como jornalista. Conhecia Bill Bryson como o autor da Breve História de quase tudo, uma viagem divertida por quase tudo, dentro das ciências. Este livro, Crónica de uma Pequena Ilha, editado pela Bertrand, conta as peripécias de uma viagem que o autor faz pela Grã-Bretanha, incluindo aqui a Inglaterra, a Escócia e o País de Gales. É um livro encantador, com passagens profundamente cómicas, porque Bill Bryson conhece bem os ingleses e aponta os seus pequenos tiques e idiossincrasias com muito humor. Também é um livro terno, de quem, mesmo olhando de fora, ama aquele país, a sua história, as suas paisagens. O autor não hesita em criticar o que está mal, por exemplo, a destruição de património histórico para construir blocos de escritórios descaracterizados, ou a falta de coordenação dos transportes públicos. Mas também descreve os aspectos simpáticos e atraentes do modo de vida britânico, mesmo quando lhe causam estranheza, com o hábito das caminhadas ou, evidentemente, o humor britânico.
É um livro agradável de ler, especialmente para quem conhece também a Grã-Bretanha. As nossas escolhas de visitas podem não ser as mesmas – por exemplo, em Liverpool o que mais me interessou foi visitar Mathew Street e os lugares ligados ao início da carreira dos Beatles, que Bill Bryson completamente ignorou, interessando-se por outros aspectos da cidade. Gostos aparte, é um livro interessante, que nos dá um outro lado, muitas vezes pouco visível, dos ingleses e da sua pequena ilha.
Liverpool/ 2006 (Foto de Fernando Ferreira)
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Património da Humanidade
- Centro Histórico de Angra do Heroísmo (Açores) - 1983
- Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém (Lisboa) - 1983
- Mosteiro da Batalha - 1983
- Convento de Cristo (Tomar) - 1983
- Centro Histórico de Évora - 1986
- Mosteiro de Alcobaça - 1989
- Paisagem Cultural de Sintra - 1995
- Centro Histórico do Porto - 1996
- Sítios de Arte Rupestre do Vale do Côa - 1998
- Floresta Laurissilva da Ilha da Madeira - 1999
- Centro Histórico de Guimarães - 2001
- Região Vinhateira do Alto Douro - 2001
- Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico (Açores) - 2004
Titanic - A Exposição

Hoje, tive de ir à Praça dos Restauradores e aproveitei para espreitar a exposição “Titanic”, que está patente na Estação do Rossio.
Para mim, é sempre um deslumbramento passar na Estação do Rossio, com a sua bela fachada neo-manuelina, num estilo tão em voga no nosso século XIX. Confesso que, da fachada, só não gosto daquela figurinha que representa D. Sebastião, porque… não gosto de D. Sebastião! Se houvesse um ranking para os piores reis de Portugal, ele estaria porventura num dos lugares cimeiros.
Quanto à exposição, foi uma boa surpresa. Está muito bonita, cativante. Vemos objectos que foram encontrados juntamente com o navio naufragado: objectos pessoais, óculos, peças de roupa, malas de mão; também objectos do próprio navio, enormes panelas, centenas de pratos, pedaços dos ornamentos das salas. Podemos tocar num pedaço do casco do próprio Titanic e num bloco enorme de gelo, que simula o iceberg que o afundou. Vemos as imagens das requintadas salas de convívio da primeira classe e entramos nos quartos dos passageiros e da tripulação, reconstituídos com a sua mobília original. Nas paredes, fotografias de pessoas reais, com as suas histórias de vida ou de morte, sempre marcadas por aquela viagem de 1912.
Os próprios bilhetes da exposição são pequenas cópias dos bilhetes da White Star Line; no verso de cada um, a identificação e a história de um dos passageiros. A mim, calhou-me Elizabeth Dean que, com apenas 9 semanas, viajava com os pais e o irmão, em 3.ª classe, para os Estados Unidos da América. Sobreviveu e morreu recentemente, no Reino Unido.
Todos sabemos o que aconteceu ao Titanic. A dois dias do final da viagem, um rombo provocado por um iceberg enviou-o para o fundo do mar. Todos sabemos também que não havia botes salva-vidas em número suficiente e que foi dada primazia aos passageiros da 1.ª classe. A atestá-lo, lá está no final da exposição a lista dos sobreviventes e falecidos; na 3.ª classe, a lista é quase interminável. A diferenciação social na Europa do início do século XX era enorme. E hoje?
Esta exposição sobre o desastre do Titanic leva-me a pensar noutro desastre, ocorrido esta semana: a queda de um avião das linhas aéreas do Iémen, que voava para as ilhas Comores. O avião já não podia voar no espaço europeu, por falta de segurança, no entanto, fora da Europa não tinha restrições. Teremos de concluir que, no que diz respeito à segurança, continua a haver seres humanos de 1.ª, 2.ª e 3.ª classe?
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Desafio
quarta-feira, 1 de julho de 2009
As Pegadas de Portugal no Mundo

Entre os vários pontos de interesse na ilha destacam-se: o pelourinho erguido em 1520; a igreja manuelina de Nossa Senhora do Rosário, construída em 1495, que é a mais antiga igreja colonial do mundo; a Rua Banana, que vai ter à igreja, e que foi a primeira rua de urbanização portuguesa nos trópicos; as ruínas da Sé Catedral, de onde se alcança um belo panorama para o oceano Atlântico, que demorou quase 150 a ser construída, entre 1555 e 1693 e que ficou muito danificada pelos ataques de piratas franceses em 1712; o Forte Real de São Filipe, que domina a cidade do alto dos seus 120 metros, construído em 1590 para defender a colónia portuguesa dos ataques dos franceses e ingleses; e as ruínas do Convento de São Francisco que foi construído em meados do séco XVII e teve o mesmo destino da Sé Catedral.
Para além do património edificado, a paisagem natural com a vista sempre solene do Oceano Atlântico, o verde da vegetação, a geologia vulcânica e o canhão da Ribeira, deverão ter sido também importantes para a classificação da UNESCO.
A população saiu à rua para festejar. O Presidente da República de Cabo Verde considerou esta inclusão da Cidade Velha no Património Mundial da Humanidade como "uma valorização da história cabo-verdiana e das origens do povo cabo-verdiano". E eu acho que Portugal também deve festejar. Depois da Ilha de Moçambique, no ano passado, é agora a vez de outra das nossas "pegadas" ser considerada Património Mundial.
Fizemos algumas coisas bem feitas!
(Agradeço ao blogue www.portugalnotavel.com algumas das informações constantes neste post)